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Indústria de Guarulhos demite 6 mil em 2013, diz Ciesp

O nível de emprego industrial na Diretoria Regional Guarulhos do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) registrou queda de 5,06% em 2013, o que equivale a 6.000 postos de trabalho a menos.

Nesta quarta-feira, o Ciesp divulgou os resultados referentes a dezembro. A Regional Guarulhos, composta por quatro municípios (Guarulhos, Arujá, Santa Isabel e Atibaia)  apresentou resultado negativo.  A variação ficou em -1,65%, o que significou uma redução de aproximadamente 1.900 postos de trabalho.

No ano, i acumulado foi de -5,06%, representando uma redução de aproximadamente 6.000 postos de trabalho.

O índice do nível de emprego industrial em Guarulhos foi influenciado pelas variações negativas do setor de Máquinas e equipamentos (-2,33%), Produtos de Borracha e de material Plástico (-1,72%), Produtos Químicos (-1,69%),Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-1,20%) e Veículos Automotores e Autopeças (-0,48%), que são os setores que mais influenciam o cálculo do índice total da região.

 

No Estado

A indústria paulista demitiu 36,5 mil funcionários em 2013, refletindo uma frustração da expectativa do empresariado com condições econômicas melhores no ano passado. Apesar de negativo, o resultado é melhor que a perda apurada em 2012, o fechamento de 54,6 mil vagas de trabalho, avaliou o gerente de Economia da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Guilherme Moreira.

 “Foi um resultado que frustrou a expectativa que a Fiesp e o Ciesp tinham de ter pelo menos um saldo positivo no final do ano”, afirmou Moreira, gerente do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon). Ele lembrou que as expectativas das entidades chegaram a flertar com um saldo positivo de 30 mil empregos. A projeção foi revista para baixo ao longo do ano para 20 mil vagas criadas “e depois admitimos que seria negativo”. 

As entidades previa a demissão de 15 mil empregados da indústria. “Fechou mais negativo que isso, mas ainda é um resultado melhor que 2012”, reiterou Moreira. Em termos percentuais, 2013 registrou variação negativa de 1,4%. Já em 2012, o índice apurou queda de 2,08%, o pior patamar com exceção de 2009, ano da crise, quando caiu 4,59%. O gerente do Depecon afirmou que, embora a produção industrial cresça, o comportamento do mercado de trabalho do setor deve permanecer estável.

A Fiesp e o Ciesp revisaram para baixo a estimativa para a Produção Física do Brasil (PIM), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que deve apresentar ganhos de 1,5% em 2013 e de 2% em 2014.  “Havia expectativas de crescimento  mais forte da produção [para 2013]. Conforme foi chegando o segundo semestre, essa expectativa de elevação da produção foi se frustrando”, explicou Moreira.

De acordo com o gerente, a mão de obra estava sendo retida pelo empresário com a expectativa de que a produção cresceria e ele precisaria do empregado para cumprir as entregas, mas com um crescimento de 2% da produção, o industrial não conseguiu manter o robusto quadro de funcionários para dar conta dessa expansão.

“Um crescimento de 2% em cima de um ano em que ela [indústria] cresceu 1,5%, e do ano anterior em que ela perdeu mais de 2%, não é suficiente para a expansão do emprego”, afirmou. Em 2012, a PIM-Brasil caiu 2,6%.

Para emprego crescer, o Brasil precisa de um crescimento vigoroso, enquanto parte do mercado de consumo aquecido fruto dessa expansão precisa ser absorvida pelas empresas brasileiras e não somente por produtos importados, defende o gerente.

“A gente aposta no crescimento porque a indústria deve ser beneficiada pelo câmbio e pelo aumento da demanda externa”, disse. Ele pondera, no entanto, que a trajetória de alta da taxa básica de juros, Selic, já está “refreando o consumo”.

Demissões em dezembro

Somente em dezembro, a indústria paulista demitiu 60,5 mil funcionários. Segundo Moreira, as demissões só não foram maiores porque algumas usinas de açúcar e álcool estão mantendo trabalhadores nos campos por conta da colheita prolongada. Ele explicou que as demissões foram generalizadas. Com exceção de uma região estável, todas as demais regiões consultadas pela pesquisa apuraram saldo negativo no mês.

O setor açúcar e álcool foi responsável por 22.289 demissões do total registrado no mês passado. A indústria de transformação demitiu outros 38.211. No acumulado do ano, a indústria sucroalcooleira fechou 584 postos de trabalho, enquanto o setor manufatureiro encerrou 35.916 vagas.

 

 

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