A indústria paulista fechou 19 mil vagas de emprego em novembro e acumula saldo negativo de 180 mil cortes nos 11 primeiros meses de 2015, o maior nível para o período desde 2006, informou nesta quarta-feira, 16, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado no acumulado do ano já supera o de todo o ano de 2014, quando os cortes somaram 128 mil.
Com os resultados, o indicador de emprego, na leitura com ajuste sazonal, caiu 0,67% em novembro ante outubro. Apesar de não ser a maior queda em um mês de novembro, “não dá para fazer festa”, afirmou Paulo Francini, diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon), responsável pelo levantamento. Francini ressaltou que a variação interanual, comparando novembro de 2015 com novembro de 2014, foi baixa de 8,66%, a mais acentuada desde o início da série, em 2006.
O ano deve ser o pior para o nível de emprego da indústria paulista, sustenta Francini. “E não dá para ficar contente em 2016. O começo do ano será ruim, e a discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que pode levar tempo longuíssimo, tende a provocar uma paralisia”, disse, lembrando que “não há mal que seja eterno”.
A queda no emprego foi verificada em 21 dos 22 setores pesquisados. Apenas o setor de máquinas, aparelhos e matérias elétricos teve estabilidade. O maior número de demissões, em valores absolutos, foi no setor de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com 3.888 vagas a menos. Em produtos alimentícios, a perda foi de 1.995 vagas, e em confecção de artigos do vestuário e acessórios, 1.388.
A retração na Grande São Paulo em novembro ante outubro, de 0,75%, ficou próxima da queda observada no Estado como um todo, de 0,80%. No interior, a redução foi de 0,83%. Das 36 regiões pesquisadas, 30 tiveram recuo, três se mantiveram estáveis, e três apresentaram crescimento. Jacareí (-4,17%), Rio Claro (-2,52%) e Osasco (-2,27%) apresentaram as maiores baixas. Entre as que contrataram, a maior alta foi em São Caetano do Sul (0,77%), graças a novas vagas na indústria de móveis.