A inflação de serviços teve forte desaceleração na segunda leitura de abril na capital paulista. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Índice Geral de Serviços (IGS) atingiu 0,12% na segunda quadrissemana – últimos 30 dias terminados na última sexta-feira (15). Anteriormente, na primeira medição, a alta foi de 0,27%. O resultado apurado na segunda leitura é bem inferior ao de 0,75% registrado no mesmo período pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo.
De acordo com o coordenador dos indicadores da Fipe, André Chagas, vários componentes do IGS tiveram deflação ou diminuíram a intensidade de alta na segunda quadrissemana, refletindo a recessão econômica. Ele citou como exemplo a queda de 2,75% em passagem aérea, de 0,01% em manutenção do domicílio, recuo de 2,35% em energia e declínio de 0,06% em cabeleireiro masculino. “É a recessão batendo nos serviços mais resistentes”, disse, ao referir-se especialmente ao resultado apurado em cabeleireiro masculino.
Os gastos dos paulistanos com saúde, contudo, ficaram mais pressionados, pegando carona no reajuste autorizado de até 12,5% no fim de março para os preços de medicamentos, disse Chagas. Os serviços laboratoriais ficaram 1,32% mais caros na segunda quadrissemana de abril, enquanto a variação apurada em dentista foi de 1,68%.
Ainda no IGS, o economista da Fipe chamou a atenção para a pressão de alta em alimentação fora do domicílio, com variação de 0,89%, após 0,62% na primeira leitura. “Teve um repique inflacionário nesse subgrupo. Um pouco por causa de gastos com refeição (0,70%) e sobremesa (2,28%), com destaque para a alta de 0,68% do sorvete, talvez refletindo o forte calor e o encarecimento do leite (6,50%)”, disse.