O enfraquecimento da atividade já está se fazendo presente sobre a inflação de serviços, ainda que discretamente, de acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados nesta quarta-feira, 1. De fevereiro para março, a taxa do grupo passou de 1,27% para 0,91%, sendo o menor resultado desde outubro de 2014, quando atingiu 0,60%. “É alto, mas está desacelerando”, disse o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti. No mês passado, o IPC-S foi de 1,41%, após 0,77% em fevereiro.
De acordo com Picchetti, a “boa notícia” não se restringiu apenas ao dado mensal, mas também ao índice acumulado em 12 meses terminados em março, que ficou em 13,90%, ante 14,38% em igual período finalizado em fevereiro. “É a primeira vez em quatro meses que fica abaixo de 14%”, contou.
A expectativa do economista é de que as condições atuais de desaquecimento do mercado de trabalho ajudem a limitar novas altas do grupo serviços à frente. “Já podemos afirmar que a desaceleração da inflação de serviços está refletindo, sim, a economia mais fraca. O último dado do mercado de trabalho aponta nessa direção. Houve aumento na taxa de desemprego e redução na renda real, o que acaba se manifestando em redução de demanda”, disse Picchetti, ao referir-se à Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do segundo mês do ano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o nível do desemprego foi a 5,9% em fevereiro, após marcar 5,3% em janeiro. Já a renda média real mensal caiu 1,4% e cedeu 0,5% em relação a fevereiro de 2014.