Noticia-geral

Interdição e chuva causam pior trânsito do ano na capital

Em meio a uma forte chuva e com a interdição do tráfego no Viaduto Santo Amaro, na zona sul, São Paulo teve na segunda-feira, 15, o trânsito mais intenso de 2016. Às 19 horas, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 261 quilômetros de lentidão na cidade, o que representa 30% da extensão de todas as vias monitoradas. A média para o horário é de 11,8%.

Mesmo com a liberação de faixas na Avenida dos Bandeirantes, sob o Viaduto Santo Amaro, ainda no período da manhã, a zona sul liderou os índices de congestionamento durante todo o dia, causando um efeito cascata na cidade. Às 10 horas, no fim do horário de pico da manhã, São Paulo contava 103,2 quilômetros de lentidão, acima dos 84 quilômetros da média mais alta registrada pela CET para uma segunda-feira. Por volta das 16 horas, a capital tinha 84 quilômetros de filas, quase o dobro dos índices mais elevados do horário, o que só piorou até o início da noite, com o aumento de intensidade da chuva na capital.

O tempo fechado causou alagamentos e o transbordamento de seis córregos. Em São Caetano do Sul, no ABC, uma pessoa desapareceu em uma inundação – o Corpo de Bombeiros continuava procurando a vítima ontem à noite. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura, choveu em média 42,8 milímetros na capital paulista – o equivalente a 19,8% do esperado para todo o mês. A região de São Mateus, na zona leste, foi a mais atingida e relatou 78 mm de pluviometria em poucas horas.

O Corpo de Bombeiros informou ter recebido 55 chamados de ocorrências de enchentes e 49 de quedas de árvores na região metropolitana. A força do vento e o volume de precipitação também causaram o fechamento do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, por cerca de 20 minutos. Nos trens, a Linha 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) chegou a ficar paralisada em função de um alagamento na região de Mauá. Entre as Estações Prefeito Celso Daniel-Santo André e Guapituba, a circulação foi interrompida.

Viaduto

Na região do Viaduto Santo Amaro, motoristas reclamaram do tráfego. O motorista Eduardo Paulo de Souza, de 53 anos, disse que levou “mais de uma hora” para sair de Moema e chegar ao bairro vizinho do Brooklin, ambos na zona sul. “Estava tudo acontecendo hoje. É a volta às aulas, fim de carnaval e o viaduto interditado. Mas não tem muito o que fazer.”

A enfermeira Adriana Dantas, de 36 anos, tentou fugir do congestionamento por ruas menores, mas foi surpreendida por outras pessoas que fizeram o mesmo. “Não tem por onde fugir. Provavelmente, vou ter de sair de casa mais cedo até voltar ao normal.”

Agentes da CET devem permanecer na região orientando o tráfego. A companhia aconselha a adoção de caminhos alternativos ao viaduto, já que não há prazo para retomada do tráfego no local.

Incêndio

Na segunda-feira, o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) da Prefeitura, Roberto Garibe, informou que o viaduto ficou com 80% da estrutura comprometida e terá de ser reconstruído. No sábado passado, uma colisão entre um caminhão de açúcar e outro veículo que transportava 10 mil litros de combustível, na Avenida dos Bandeirantes, causou um incêndio de grandes proporções. O fogo derreteu placas de trânsito, postes de iluminação e a temperatura, de acordo com o Corpo de Bombeiros, chegou 1.000ºC.

Segundo Garibe, até sexta-feira a pasta vai decidir o tipo de intervenção que será aplicada. “Estamos avaliando se poderemos usar a parte antiga da estrutura ou se tudo vai ser novo. O estrago foi bem forte. Dava para arrancar o concreto com mão”, disse. (Colaboraram Juliana Diógenes e Mônica Reolom)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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