Conforme o HOJE publicou nesta terça-feira, centenas de famílias, com certa organização, ocuparam uma grande área na estrada do Lavras, a partir do último final de semana. Tudo leva a crer que se trata de uma ação orquestrada, patrocinada por grupos organizados e também por gente interessada em promover ocupações ilegais. Chama a atenção que o movimento aproveitou um período em que tanto a Justiça, como a Prefeitura, estaria em recesso, devido à emenda do feriado desta quarta-feira com o ponto facultativo em homenagem ao servidor público.
Assim, qualquer ação de reintegração ficaria mais difícil. Tanto que nesta terça-feira, em um rápida ação que envolveu a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, houve uma tentativa de desocupação. Mas, bastou as forças públicas virarem as costas para que o movimento reiniciasse o trabalho, que -se não houver uma ação enérgica e rápida – irá se configurar em mais uma favela que nasce sob as barbas da administração.
Aliás, o surgimento de novas favelas pela cidade tem sido cena comum, por mais que se denuncie esse tipo de movimento na mídia local. No final da década passada, o prédio onde funcionava a antiga fábrica Hatsuta não contava com um grande número de habitações. Aos poucos, moradores começaram a ocupar os espaços diante da negligência da Prefeitura em inibir a ocupação. Uma década depois, o local se tornou uma grande favela, que se tornou um grande problema social para o município. No Cecap, o problema é igual. Ao lado do Hospital Geral de Guarulhos, os barracos começaram a pipocar de forma lenta. Apesar de diversas reportagens denunciando o problema, hoje já é possível vislumbrar ali uma nova comunidades em condições precárias.
Seria muito mais fácil para a administração pública evitar as ocupações em seu início do que ter que, pouco tempo depois, conviver com todos os problemas gerados ali. Recentemente, a favela dos Pallets, na Fernão Dias, se multiplicou numa velocidade impressionante. Na região do Lavras, a história se repete. O HOJE está mostrando que a ocupação está só começando. É possível, com vontade política e ações enérgicas, reverter o processo de forma rápida. Caso contrário, em poucos meses estaremos diante de mais um grave problema social de difícil solução.