Estadão

Investigadores invadem empresa no Japão por causa de corrupção na Olimpíada

Promotores japoneses invadiram, nesta sexta-feira, a sede da empresa Dentsu, a maior de publicidade do Japão, para a investigação sobre corrupção relacionada à realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio. As principais emissoras de TV locais mostraram a ação ao vivo.

A Dentsu domina a organização de eventos, marketing e relações públicas no Japão. Esta influência a ajudou a conseguir os Jogos de 2020, realizados em 2021 por causa da pandemia, para Tóquio e, em seguida, alinhou o recorde doméstico de patrocínios.

Haruyuki Takahashi, ex-executivo da Dentsu, foi preso quatro vezes nos últimos meses sob a acusação de receber propinas de várias empresas que se tornaram patrocinadores dos Jogos.

A investigação mais recente gira em torno de manipulação de licitações para lugares a serem escolhidos
para eventos de teste, de acordo com relatos da mídia japonesa. Eles começaram em 2018, abrangendo vários esportes, incluindo vela e levantamento de peso, como preparação para a Olimpíada.

O dinheiro que trocou de mãos para a manipulação de licitações totalizou 500 milhões de ienes (cerca de R$ 19,1 milhões), envolvendo nove empresas e uma organização, de acordo com o jornal Nihon Keizai Shimbun e outras reportagens.

As empresas envolvidas no escândalo de patrocínio incluem Aoki Holdings, uma empresa de roupas que vestiu a equipe olímpica do Japão, e a Sun Arrow, que produziu os mascotes olímpicos e paralímpicos de Tóquio chamados Miraitowa e Someity.

Takahashi, sob custódia desde agosto, teve uma influência tremenda na administração da Olimpíada. Os subornos que ele supostamente recebeu totalizam mais de 190 milhões ienes (US$ 7,4 milhões).

A Dentsu não comentou os acontecimentos. Cerespo, um evento empresa que relatórios japoneses disseram também foi investigada por suspeita de envolvimento em manipulação de licitação, também não fez um comentário imediato.

Os promotores de Tóquio não comentam tais desenvolvimentos de notícias diárias, mas o procurador-chefe Hiroshi Morimoto disse recentemente a repórteres que a investigação está em prosseguimento.

O crescente escândalo pode manchar a oferta do Japão para ser sede também dos Jogos de Inverno de 2030. Os Jogos de 2020 foram adiados por um ano por causa da pandemia do coronavírus. O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que está observando a investigação e enfatiza que tem "todo o interesse no pleno
esclarecimento deste caso".

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