O alívio do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) entre a primeira e a segunda leitura de maio, de 0,83% para 0,41%, mostra uma trajetória de inflação compatível com a expectativa de 0,30% para o indicador no fechamento do mês. A avaliação é do coordenador do índice na Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.
"Ao que tudo indica, a gente vai conseguir essa boa desaceleração no fechamento do mês. Tudo que aconteceu até agora foi dentro dessa trajetória", diz Picchetti. "Se dermos sorte, estamos começando um processo de descompressão para a inflação."
Do 0,42 ponto porcentual de alívio entre as leituras, 0,30 ponto partiu da tarifa de eletricidade residencial (-10,78% para -15,45%), devido à mudança da bandeira tarifária, e da gasolina (1,94% para 0,68%), pela diluição do impacto dos últimos reajustes. Na ponta, que indica tendência, a eletricidade repete a queda observada nesta leitura, enquanto a gasolina avança a cerca de 1,0%.
Apesar do alívio, Picchetti alerta que a dinâmica ainda é preocupante. A difusão do IPC-S, que mede a proporção de subitens do indicador com alta de preços, avançou a 77,1% na segunda quadrissemana de maio, de 76,8% na primeira. "Ainda é um nível alto para se pensar na ideia de uma inflação realmente controlada", afirma o economista.