O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) deve fechar o mês de maio com uma alta entre 0,50% e 0,55%, projeta o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz. Embora o grupo Alimentação tenha apresentado desaceleração nas últimas duas quadrissemanas, a expectativa é que o conjunto de preços exerça pressão de alta sobre o índice no encerramento do mês, com o retorno gradual das pesquisas de preços para medir a inflação em meio às enchentes que acometem o Rio Grande do Sul.
"Estamos muito dependentes de pesquisa de preços na internet, que são mais rígidos, e que podem ter aderido a um certo congelamento de preços, em solidariedade", afirma Braz. "A expectativa é que a inflação seja melhor captada no início de junho, se as condições permitirem", acrescenta.
Ele destaca que a previsão de alta nos preços dos alimentos após as enchentes não deve ficar restrita à região Sul, mas deve ter abrangência nacional.
Prevê uma aceleração de itens de cesta básica, como arroz, feijão, carnes, enlatados, óleos e gorduras, caso seja possível medir a inflação com precisão.
O economista ainda ressalta que a dificuldade de medir a inflação no Rio Grande do Sul reflete a falta de produtos e a condição de funcionamento dos estabelecimentos, que ainda estão sendo limpos e reconstruídos.