A taxa de desemprego no País alcançou 14,5% no mês de fevereiro, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Pnad mostrou uma taxa de desocupação de 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro, ou seja, o resultado carrega ainda informações do mercado de trabalho referentes a dezembro e janeiro. No entanto, uma metodologia desenvolvida pelo pesquisador do Ipea Marcos Hecksher, com microdados da Pnad, estima que o resultado isolado apenas para o mês de fevereiro tenha sido ligeiramente mais elevado, ficando 2,7 pontos porcentuais acima dos 11,8% registrados em fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
Se neutralizados os efeitos sazonais, fenômenos característicos dessa época do ano, em que tradicionalmente há dispensas de trabalhadores temporários e aumento na busca por uma vaga, a taxa de desemprego subiu de 14,2% em janeiro para 14,3% em fevereiro.
Considerando o resultado apenas de fevereiro de 2021, o País tinha 14,6 milhões de pessoas em busca de trabalho, um aumento de 16,2% em relação a igual mês de 2020, dois milhões de desempregados a mais. Já o total de pessoas trabalhando somou 85,8 milhões, uma queda de 8,1% na comparação com fevereiro de 2020, 7,6 milhões de vagas a menos.
Descontados os efeitos sazonais, o número de desempregados cresceu 1,2% na passagem de janeiro para fevereiro, enquanto que o total de pessoas trabalhando teve leve expansão de 0,4%.
"De modo geral, os últimos dados indicam que, mesmo diante de uma melhora em alguns indicadores, as condições do mercado de trabalho brasileiro ainda se mostram bastante desfavoráveis", avaliaram os pesquisadores Maria Andreia Lameiras e Marcos Hecksher, na Carta de Conjuntura publicada nesta terça-feira, 4, pelo Ipea.