O ministro de Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, afirmou neste domingo que o governo de Donald Trump entende que classificar a Guarda Revolucionária iraniana como um movimento terrorista levaria a um desastre para as forças americans no Oriente Médio. Para ele, esse movimento se destina a beneficiar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que goza de bastante apoio do governo Trump. No sábado, o Wall Street Journal e outros veículos de imprensa informaram que Trump planeja designar a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização terrorista nesta segunda-feira.
O comandante da Guarda Revolucionária, Mohammad Ali Jafari, emitiu uma ameaça mais direta aos EUA caso as notícias relatadas pela imprensa se concretizem. “Se os americanos fizerem essa estupidez e colocarem nossa segurança nacional em risco, o Exército dos EUA e as forças de segurança na região da Ásia Ocidental não desfrutarão da paz de hoje”, afirmou. Contudo nem Jafari nem Zarif elaboraram que tipo de medidas de retaliação o Irã poderia adotar contra os americanos.
Tropas iranianas e milícias aliadas operam nas proximidades das Forças dos EUA que estão na Síria e no Iraque, onde ambos lutaram contra o Estado Islâmico. No entanto, na Síria, o Irã apoia o presidente Bashar al-Assad, cujo governo é alvo de sanções americanas. Embora os confrontos diretos entre os dois lados tenham sido raros nos últimos anos, os EUA mantêm as milícias apoiadas pelo Irã como responsáveis pela morte de 608 soldados americanos no Iraque entre 2003 e 2011.
Israel, que pediu aos EUA que tomem uma posição mais dura contra Teerã, também pode se tornar um alvo. O Irã pode usar o grupo libanês Hezbollah, que está entrincheirado no sul da Síria e do Líbano, para atingir Israel. Com apoio iraniano, o Hezbollah se fortaleceu ao longo dos oito anos de guerra na Síria, apoiando Assad. Embora os ataques a Israel tenham sido raros, a milícia está bem posicionada para atacar com mísseis cidades israelenses. Fonte: Dow Jones Newswires.