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Isentos em 2014, alunos têm de pagar taxa no Enem neste ano

Participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que haviam conseguido isenção da taxa de inscrição em edições anteriores tiveram o benefício negado neste ano. Há casos de inscritos que, após o veto à isenção, pagaram a taxa, mas constaram posteriormente como isentos no registro da inscrição. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que organiza o Enem, informou que o valor poderá ser ressarcido nestes casos.

A taxa de inscrição passou de R$ 35 para R$ 63 neste ano. O reajuste acompanha a evolução da inflação e ocorre no ano em que o governo se esforça para reduzir os gastos públicos.

A estudante gaúcha Marielen da Silva Garcia, de 19 anos, precisou pedir dinheiro emprestado da sogra para pagar a taxa porque teve o pedido de isenção negado. É a terceira vez que ela realiza a prova.
Nas outras duas oportunidades, conseguiu a carência. “Moro com minha irmã e mãe, que tem um barzinho e consegue receber pouco mais de um salário mínimo”, diz ela, da cidade de Cambuçu, perto de Pelotas.

“Meu namorado também já tinha conseguido isenção e foi negado agora.” Após o pagamento, porém, a confirmação de carência apareceu em seu registro de confirmação de inscrição.

O mineiro Raphael Henrique Gonçalves, de 21 anos, foi um dos 11 inscritos que entraram em contato com a reportagem ontem na mesma situação de Marielen. “Estou desempregado e pedi a isenção, mas o sistema informou que não era possível. O valor da taxa pesou”, disse ele, que é de Viçosa.

A declaração de que a renda da família, de cinco pessoas, era de R$ 1,5 mil não foi suficiente para que a estudante mineira Amanda Bueno, de 18 anos, conseguisse ser liberada do pagamento. “O sistema negou a isenção e tive de pagar. Mas depois de pago, consta que a declaração foi aceita.” Ela mora em Pouso Alegre e teve a gratuidade no ano passado por ser aluna de escola pública. “Não sei como recorrer para ter o valor de volta.”

O número de isentos no Enem por ter renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita caiu 34% entre 2014 e 2015. No total, a queda de inscritos foi de 11%.

Na terça-feira, 9, o presidente do Inep, Francisco Soares, evitou falar que o governo estava sendo “mais rígido” com a concessão das isenções por carência, mas afirmou que o Inep pode conferir informações a qualquer momento. O governo atribui a queda de inscritos com carência à nova regra que tenta inibir faltosos. Quem não pagar a taxa neste ano e faltar no exame não terá mais isenção. Ao Estado, o Inep não detalhou se há maior rigidez nas concessões e informou que o processo das inscrições está em andamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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