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It would be this! Seria isto

Dias antes de partir deste mundo, Michael Jackson afirmou numa entrevista exclusiva a revista Rolling Stone que a sua nova turnê seria algo completamente impressionante e que deixaria todo seu público de queixo caído

Uma coisa é fato: Michael pode ter mentido com relação às suas plásticas e até mesmo com relação à origem do moonwalk – passe este que se tornou a marca de MJ, mas foi criado por Bill Bailey na década de 50. No entanto, quando o assunto é show, música e fãs, o astro era fiel, pois seu espetáculo “This is it” de fato não só deixaria os fãs de boca aberta, como já vem deixando o mundo dessa forma apenas com um teaser do que seria este espetáculo.


 


Estreou esta semana nos cinemas – e em mais um ato inovador de sua equipe de marketing, com prazo de exibição apenas de duas semanas –, o documentário que leva o nome do show prometido e o conselho deste singelo colunista é: corram para assistir!


 


O filme é um retrato do que de fato Michael era – um artista excepcional. A imagem caricata de personagem de Tim Burton que as plásticas o transformaram desaparece junto com os supostos casos de pedofilia as esquisitices e toda esta bobagem de tablóides que não nos interessa.


 


O que vale é ver Michael ali no seu real habitat: o palco! Ali ele domina como ninguém. Conhece cada nota e cada compasso de seus sucessos, é mestre na arte de coreografar, tem feeling do que o público quer presenciar e um timing teatral absurdo. É literalmente “o dono do pedaço”! O diretor Kenny Ortega está ali mais para ser o porta voz dos desejos de Michael do que o diretor propriamente dito, pois chega a ser engraçado a discordância de ideias e a aceitação de tudo que MJ propõe, no melhor estilo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.


 


Os cenários são surreais de tão imponentes, o time de bailarinos só com os melhores do mundo, músicos dispensa-se comentários, tudo é realmente de cair o queixo e, como se não bastasse toda esta produção, ainda se tem o mega astro em excelentes formas física e vocal, o que nos põe em cheque sobre as condições estranhas da morte dele.


 


Em nenhum momento sequer Michael dá pistas de uma pessoa doente, viciada e, acima de tudo, fora de forma. Concordo que sua magreza é aguda. Mas, até aí, Mick Jagger e Steven Tyler compactuam desta forma e estão em condições melhores do que qualquer homem comum na idade deles.


 


O filme segue o set-list do show que começa com a dançante “Wanna be starting something” e fecha com a emblemática “Man in the mirror”, passando pelos clássicos de Jackson. Para se ter noção da qualidade técnica do espetáculo, em Smooth Criminal, Michael contracena com Rita Hayworth – eterna Gilda – e Humphrey Bogart numa montagem absolutamente perfeita do clássico “À beira do abismo”. Em Thriller um cemitério inteiro é montado no palco e a plateia assiste a tudo em 3D  com diversas cenas de um filme exclusivo feito para o show.


 


Poderia ficar aqui citando música a música, mas a coluna é curta assim como foi a vida de Michael, que faz e fará muita falta, pois nos padrões atuais de divulgação será um tanto quanto impossível um talento como o deste moço conseguir seu espaço. Michael é sobrenatural assim como sua obra. This is it!


 


Maurício Nunes é autor do livro Sob a Luz do Cinestar e também mantém o site www.aerosilva.com

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