O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, telefonou na noite de quinta-feira, 14, ao chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e reiterou o pedido para importação de 2 milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Segundo o Itamaraty, o governo indiano mostrou "boa vontade" em liberar a carga, mas apontou "dificuldades logísticas", pois o pedido brasileiro ocorre no momento em que o país começa a sua campanha de vacinação contra a covid-19.
A expectativa é de que a situação se resolva "nos próximos dias", disse o ministério. O Itamaraty afirma que a dificuldade é "puramente logística", ou seja, não haveria veto da Índia para a exportação das doses.
A distribuição destas vacinas é a aposta do governo federal para abrir a campanha de imunização contra a covid-19 no Brasil na próxima quarta-feira, 20, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o uso emergencial do imunizante. Há ainda 6 milhões de doses da Coronavac, já armazenadas no País, disponíveis para janeiro.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, disse nesta quinta-feira que é "muito cedo" para falar sobre exportação de vacinas para outros países. De acordo com o jornal <i>The India Times</i>, autoridades do país disseram que o envio das doses para o Brasil seria adiado por alguns dias por "questões de logística".
O governo espera enviar avião rumo à Índia na noite desta sexta-feira, 15, para buscar as doses. Após as declarações do governo indiano, porém, o Ministério da Saúde não confirma o embarque.
No plano inicial, a aeronave iria decolar de Recife na quinta-feira, 14, mas o voo já havia sido adiado por "problemas logísticos internacionais", segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Em nota divulgada na quinta-feira, a Saúde disse que a data de retorno "está sendo avaliada de acordo com o andamento dos trâmites da operação de logística feita pelo governo federal em parceria com a Azul".