O presidente do conselho de ministros da Itália, Giuseppe Conte, decidiu prorrogar o fechamento das escolas e o controle das atividades individuais e empresariais na Itália. As medidas que fecharam escolas e parte do comércio e da indústria na Itália, tomadas no dia 5 março, deviam acabar em relação ao comércio no dia 25 de março e no dia 3 em relação às atividades pessoais e escolares.
A Itália registra 35.713 casos de covid-19. Destes, 28.710 pacientes continuam doentes, 4.025 foram declarados curados e 2.978 morreram, a maioria dos quais na região industrial da Lombardia (1.959 casos), no norte do país. Na noite de quarta, o exército italiano mobilizou 15 caminhões e 50 soldados para retirar de Bergamo (Lombardia) cerca de 60 mortos em caixões que foram levados para crematórios de outras cidades, pois o de Bergamo estava lotado e os corpos aguardavam em uma igreja.
"Evitamos o colapso do sistema, as medidas restritivas estão funcionando. É óbvio que, quando alcançarmos o pico, o contágio começará a decrescer – ao menos porcentualmente, esperamos em alguns dias -, mas nós não poderemos voltar subitamente à vida de antes", afirmou Conte ao jornal Corriere della Sera.
O primeiro-ministro afirma ainda que serão aplicadas "sanções legais" contra quem transgride as proibições. "É preciso usar o bom senso e agir com a máxima prudência". Caso o desrespeito às regras se mantenha, Conte afirmou que o governo "deve agir".
Para Conte, a Itália não pode tomar as mesmas medidas que a China tomou para conter a doença. "Os italianos estão acostumados a um grande individualismo e às liberdades civis e não teriam suportado medidas mais duras. Não estamos na China nem vivemos em uma Estado centralizado".
As declarações foram dadas depois que Conte se reuniu por videoconferência com os ministros de seu governo, no qual foram definidos critérios para a liberação de 25 bilhões de euros para a saúde e para a manutenção de empregos. Além disso, Conte revelou que o governo prepara um grande pacote de obras públicas para relançar a economia que deve chegar a dezenas de bilhões de euros para preparar a retomada da economia após a crise do coronavírus. O primeiro-ministro falou em valores que variam de 50 a 100 bilhões "para transformar essa crise em virtude".
<b>Proteção</b>
Conte também afirmou que deve modificar a legislação italiana que permite ao estado de bloquear a venda ou mudança de controle acionário de empresas italiana estratégicas para estrangeiros ou capital estrangeiro. Ele afirmou que estuda considerar estratégicas todas as empresas cotadas na Bolsa de Milão, incluindo bancos e instituições financeiras.
"Estamos estudando o projeto de lei, mas certamente não consentiremos que ninguém se aproveite de um momento de fraqueza do País", afirmou, de acordo com o Corriere della Sera, deixando claro que o governo pode aqui também tomar medidas extremas.