O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (13), o arquivamento do inquérito contra o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). O parlamentar foi citado em setembro do ano passado na delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, como beneficiário do esquema de corrupção da Petrobras. Janot, contudo, não viu indícios suficientes para continuar as investigações. A decisão final caberá ao ministro-relator do processo no STF, Teori Zavascki.
Delgado disse que ficou “aliviado” com a notícia, mas destacou que é preciso ter cautela. “Essa decisão me deixa muito feliz e acima de tudo conformado pelo fato de perceber que as investigações estão sendo feitas, mas quero aguardar a manifestação do ministro”, afirmou. “Meu gesto é de conforto por saber que sempre pedi celeridade no processo por saber que não devia nada.” O deputado acredita que durante as investigações houve uma tentativa de “generalização” e que é importante garantir a isenção dos que não têm vinculo com as denúncias.
Pessoa afirmou que teria feito uma doação de R$ 150 mil ao congressista para que fosse “blindado” na CPI da Petrobras, em 2014. A prestação de contas do PSB de Minas Gerais contabiliza o recebimento do valor, que foi repassado para outros candidatos a deputado federal, mas Delgado sempre negou ter participado da negociação. Segundo a defesa, a procuradoria concluiu que a atuação dele na CPI não favoreceu o dono da UTC e que, portanto, ele não recebeu nenhuma vantagem indevida decorrente disso.
Este é o segundo pedido de arquivamento de investigações abertas no Supremo referentes à Lava Jato por falta de provas. O primeiro caso arquivado foi sobre o envolvimento do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) com suposto recebimento de dinheiro desviado. Normalmente, os ministros do STF costumam aceitar os pedidos de arquivamento da procuradoria, por entenderem que compete ao Ministério Público decidir o que precisa ou não ser apurado.