Estadão

Jogadores são detidos no Irã por participação em festa de Ano Novo

A polícia do Irã deteve brevemente, entre sábado e domingo, jogadores e ex-jogadores de futebol que participavam de uma festa de Ano Novo, conforme informado pela agência de notícias iraniana Tasnim, que é ligada à Guarda Revolucionária do país. A nota publicada pela agência não revela o número de detidos e a identidade dos atletas, nem o time em que eles atuam.

"Jogadores de futebol, assim como ex-jogadores, de um dos principais clubes de futebol de Teerã, foram detidos em uma festa mista na cidade de Damavand", diz o texto, que também afirma que a prisão foi feita por "ordem judicial" e que os homens "estavam em um estado anormal por consumo de álcool".

O termo "festa mista" é utilizado para se referir ao fato de que a celebração teve a participação de homens e mulheres, o que é proibido no Irã, assim como o consumo de bebidas alcoólicas. A proibição desses comportamentos foi colocada em prática no país após a Revolução Islâmica de 1979.

Tais restrições estão entre os motivos da forte agitação social que tomou o Irã desde setembro, quando a jovem Masha Amini, de 22 anos, morreu após ser presa pela polícia por supostamente usar o hijab, vestuário tradicional islâmico, de forma inadequada. As autoridades do país disseram que ela morreu em razão de causas naturais desencadeadas por um condição preexistente.

Após o episódio, o Irã passou a conviver com uma série de protestos. O movimento ganhou apoio internacional e teve impacto no mundo do esporte. Durante a Copa do Mundo do Catar, que teve participação da seleção iraniana, muitos protestos foram vistos nas arquibancadas. No jogo de estreia do Irã, chamou atenção o fato de os jogadores não terem cantado o hino, o que não se repetiu nas partidas seguintes.

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