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Jovem corre, mas chega 1 minuto atrasado para o Enem

Os portões da universidade Estácio UniRadial, na zona sul, próximo ao Autódromo de Interlagos, abriram às 11h50 e fecharam às 13h00 em ponto. Um minuto depois do fechamento, o estudante Michel Aparecido dos Anjos, de 18 anos, surgiu na Avenida Jangadeiro correndo, tentando entrar na instituição. Incrédulo sobre ter perdido a prova e ofegante pela corrida, o jovem tentou tocar a campainha do local para pedir que os fiscais o liberassem, mas não conseguiu a permissão.

“Não acredito que perdi a prova. Não sei o que vou fazer agora, o que vou dizer para a minha mãe”, disse, olhando no relógio. O jovem diz que se atrasou porque os ônibus demoraram a passar e a Avenida Senador Teotônio Vilella, que dá acesso à Avenida Jangadeiro, estava interditada. “Tive que descer do ônibus e sair correndo. Saí às 11h30 do Terminal Varginha”, explicou.

Para não se atrasar para a prova, o jovem dormiu na casa de um amigo. Anjos mora em Parelheiros, no extremo sul da capital. Ele ainda faltou no trabalho, em um posto de gasolina perto do Aeroporto de Congonhas, onde é atendente da loja de conveniência no período da noite, para poder chegar a tempo. “Não dormi bem, porque quando a gente dorme fora de casa é diferente, só para poder chegar.”

O rapaz está no 3º ano do ensino médio e quer cursar Pedagogia. Ele diz que, sem poder fazer a prova do Enem, o sonho da faculdade será adiado. “Queria concorrer a uma bolsa no ano que vem. Não sei como vai ser agora”, disse, inconformado. Ele ainda disse que o primeiro dia de provas foi conturbado, por causa dos problemas de acesso ao local da prova e pelo barulho da Fórmula 1. “Eles entregaram um protetor auricular, por causa do barulho forte. Foi um caos”.

Documentos

Duas pessoas tiveram de sair do câmpus da Avenida Jangadeiro da Universidade Estácio Radial neste segundo dia de Enem porque não levaram documento com foto. Matheus Vieira Santiago, de 17 anos, foi o primeiro dos candidatos sem documento a sair. Ele disse que perdeu o RG no sábado, após a prova. “Acordei tarde hoje (domingo), tive de vir correndo, trouxe só a carteirinha da escola como documento com foto, mas não aceitaram”, disse.

O estudante, que está no 3º ano do colegial, estava frustrado por não poder fazer a prova. Ele também temia a reação de seus pais com essa notícia. “O que eu fiz na prova de ontem (sábado) não vai valer nada. O meu pai vai me matar quando souber”, disse.

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