O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e converteu nesta segunda-feira a prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman em prisão preventiva, quando não há prazo para terminar. Bretas também determinou a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, apontado como braço direito de Nuzman.
No pedido, o MPF destacou que “a ocultação do dinheiro ilícito produzido pela corrupção sistêmica” perduram até hoje. Na deflagração da Operação Unfair Play, os procuradores apontaram para a ocultação de bens de Carlos Arthur Nuzman, incluindo 16 barras de ouro depositadas em um cofre na Suíça.
Os procuradores também alertaram que Carlos Arthur Nuzman continuava a atuar em benefício próprio, usando os instrumentos do Comitê Rio-2016, do qual também é presidente, bem como a sua influência sobre as pessoas que lá trabalham. Eles citaram um e-mail do cartola datado de 25 de setembro deste ano – portanto, após deflagração da operação -, em que ele determinava “urgência” no pagamento do escritório Nelio Machado Advogados, que atua em sua defesa.
O pagamento solicitado era de R$ 5,5 milhões, mas o Estado apurou que a liberação do montante não foi autorizada por não passar pelas regras de governança do comitê. O Rio-2016 tem dívidas na casa dos R$ 100 milhões.
O MPF também pediu a prorrogação da prisão provisória de Leonardo Gryner, que também está preso desde a quinta-feira passada. Ele é apontado pelos investigadores como “braço direito” de Carlos Arthur Nuzman e divide a cela com o dirigente na cadeia de Benfica, na zona norte do Rio, onde estão confinados os investigados na Operação Lava Jato.