Economia

Juro fecha em leve alta apesar de decisão do Fed e avaliação positiva sobre a PEC

Os juros futuros encerraram a sessão regular desta quarta-feira, 15, na BM&FBovespa com viés de alta, a despeito da sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de que deve esperar mais para elevar os juros nos EUA e da apresentação, bem recebida, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe um teto balizado pela inflação para o limite dos gastos do governo por 20 anos. Operadores nas mesas de renda fixa afirmaram que, apesar do noticiário justificar alívio nas taxas, o investidor optou por uma postura mais cautelosa em meio às incertezas do quadro político e antes do leilão de títulos prefixados amanhã.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 projetou 13,745%, de 13,740% no ajuste de ontem, com 112.495 contratos. O DI janeiro de 2018 (192.495 contratos) encerrou em 12,72%, de 12,69% no ajuste anterior. Com 154.720 contratos, o DI para janeiro de 2019 fechou em 12,58%, de 12,52%. O DI janeiro de 2021 (177.170 contratos) fechou em 12,67%, de 12,63%.

Após uma manhã sem definição de tendência, as taxas passaram a cair de forma discreta depois da divulgação dos detalhes da PEC e da entrevista do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para explicar as medidas, no início da tarde. “A PEC foi bem recebida entre os economistas, tanto na forma, quanto na maneira como Meirelles conduziu as negociações e pelo fato de Temer não ter cedido às pressões para reduzir o prazo. Mas o mercado não reagiu tanto e foi resistente em promover um rali”, disse o estrategista da Icap Brasil, Juliano Ferreira.

Após a entrevista de Meirelles, as taxas tiveram uma guinada para cima com a informação de que, em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente em exercício, Michel Temer, teria pedido a ele doações para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012. Na sequência, minutos antes da divulgação da decisão do Fed, o mercado iniciou a devolução de parte do estresse, com a releitura de que se tratava de uma notícia velha. No entanto, não devolveu tudo, com parte dos contratos ainda resistentes em liberar os prêmios. “Amanhã tem leilão de prefixados e ninguém sabe o que pode surgir no noticiário”, disse um gestor.

Quanto ao Fed, a leitura é de que os sinais são “dovish”, principalmente em função da revisão para baixo nas projeções para juro feitas pelo BC norte-americano. Para 2017, a mediana em março era de 1,875% e a de agora ficou em 1,625%. O mercado destacou ainda que, em março, apenas um dirigente esperava uma única elevação de juros este ano e agora são seis membros.

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