Estadão

Juro no crédito livre sobe a 40,6% em agosto; cheque especial avança a 128,6%

Como efeito do ciclo de alta "intenso e tempestivo" da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa média de juros no crédito livre subiu de 40,4% ao ano em julho para 40,6% ao ano em agosto, informou nesta quarta-feira, 28, o Banco Central. Em agosto de 2021, era de 29,7%.

Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 53,4% para 53,9% ao ano de julho para agosto, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 23,4% para 22,8%.

Nesta quarta-feira, 28, o BC divulgou os dados de julho e agosto, colocando em dia as Estatísticas de Crédito após o encerramento da greve dos servidores do BC no início do sétimo mês.

<b>Cheque especial</b>

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 127,4% ao ano para 128,6% ao ano de julho para agosto. No crédito pessoal, a taxa total passou de 41,2% para 41,0% ao ano.

Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).

<b>Veículos</b>

Os dados divulgados nesta quarta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 27,6% ao ano em julho para 27,4% em agosto.

<b>Juros no crédito total</b>

A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 29,4% ao ano em julho para 28,7% ao ano em agosto. No oitavo mês de 2021, estava em 21,1%.

<b>ICC</b>

Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,2 ponto porcentual em agosto ante julho aos 21,0% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.

Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.

<b>Spread</b>

O spread em operações de crédito apresentou elevação em agosto. Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 27,5 pontos porcentuais em julho para 28,3 pontos porcentuais em agosto.

O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 40,2 para 41,4 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 10,9 para 10,7 pontos porcentuais.

O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.

O spread médio do crédito direcionado foi de 4,2 para 3,6 pontos porcentuais na passagem de julho para agosto. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 18,5 para 18,6 pontos porcentuais do sétimo para o oitavo mês do ano.

<b>Inadimplência</b>

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos passou de 3,8% para 3,9% de julho para agosto, informou o Banco Central.

Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,5% para 5,6% de um mês para o outro. No caso das empresas, se manteve em 1,8% entre os dois meses.

A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) ficou em 1,2% na passagem de julho para agosto.

Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência continuou em 2,8% entre julho e agosto.

<b>Endividamento das famílias</b>

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou julho em 53,1%, novo recorde da série histórica do Banco Central. Em junho, era de 52,9%. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 33,6% no sétimo mês, também recorde na série.

Segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou julho em 28,6%, ante 28,2% em junho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 26,6% no sétimo mês do ano, ante 26,0% em junho.

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