O mercado futuro de juros teve novo dia de volatilidade nesta quinta-feira, 4, com as atenções dos investidores divididas entre fatores de diversas naturezas. Pela manhã, as taxas recuaram com a expectativa de arrefecimento da inflação. À tarde, no entanto, a desaceleração do recuo do dólar e a cautela com o cenário interno voltaram a justificar uma recomposição de prêmios.
O cenário internacional mais favorável, com o petróleo predominantemente em alta e o dólar em baixa, contribuiu para um recuo das taxas no início do dia, principalmente nos vencimentos mais longos. A tendência foi reforçada pela expectativa de redução média de 3% na tarifa de energia elétrica a partir de março, devido ao desligamento de sete usinas térmicas, anunciado ontem pelo Ministério das Minas e Energia.
As especulações em torno da política monetária, principal fator gerador de volatilidade nos últimos dias, hoje tiveram menor espaço nos negócios. Ainda assim, investidores ajustaram posições prevendo maior prêmio de risco na curva de juros, principalmente às vésperas de divulgações de indicadores importantes. Amanhã será conhecido o IPCA de janeiro, para o qual se espera inflação entre 0,94% e 1,21%, com mediana de 1,10%, segundo pesquisa do AE Projeções. Também amanhã será divulgado o relatório de emprego nos EUA (payroll), importante indicador da economia norte-americana.
As taxas passaram a renovar máximas no período da tarde, abandonando o viés de baixa, à medida que o petróleo oscilava e o dólar perdia fôlego de queda. Para esse movimento também contribuiu um leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) no final da manhã, no qual foram vendidos 7,7 milhões de papéis prefixados, aumentando a procura por proteção em contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
Nos negócios na BM&F, o DI com vencimento em julho de 2016 chegou ao final da sessão no horário regular com taxa de 14,355%, ante 14,315% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 terminou com 14,53%, ante 14,48% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2018 projetou 15,21%, contra 15,07% da véspera. Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2021 ficou com 15,96%, na máxima do dia, ante 15,81%.