Os juros futuros de curto e médio prazos mostram viés de alta nesta quinta-feira, 3, dia de leilão de títulos do Tesouro. O ajuste positivo ocorre, apesar dos fracos dados de atividade manufatureira do País em março, e decorre do receio de que a elevação recente do dólar gere pressão inflacionária, disse um operador de renda fixa.
No câmbio, o dólar subiu na quarta-feira, 2, para R$ 3,5518 no mercado à vista, maior valor desde junho de 2016, mas nesta quinta recua em linha com o exterior e reagindo ao início da rolagem do vencimento de swap cambial de junho – além da previsão de uma oferta extra desses contratos.
A produção industrial caiu 0,1% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrariou a mediana das previsões, de alta de 0,50%, embora tenha vindo dentro do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que ia de uma queda de 0,40% a uma alta de 1,00%.
Em relação a março de 2017, a produção subiu 1,3%, também menor que a mediana de alta de 3,00% e abaixo das estimativas, que variavam de +2,40% a +5,00%. No ano, a produção da indústria acumula alta de 3,1%. Em 12 meses, o avanço é de 2,9%.
Na comparação do primeiro trimestre de 2018 com o quarto trimestre de 2017, a variação da produção industrial foi nula, informou André Macedo, coordenador de Indústria do IBGE. Esse resultado também ficou abaixo da mediana das previsões, positiva em 0,30%, com base num intervalo de estimativas que ia de queda de 0,2% a alta de 0,7%. Mesmo com a alta acumulada no ano, a produção industrial está 15,3% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.
No leilão, o Tesouro venderá Letras do Tesouro Nacional (LTN) para os vencimentos de 1/4/2019, 1/4/2020 e 1/1/2022; e Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F) para os vencimentos de 1/1/2025 e 1/1/2029. O acolhimento das propostas será das 11h às 11h30, com resultado a partir das 11h45.
Às 9h43 desta quinta-feira, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2021, mais negociado, indicava taxa em 8,03%, ante 8,00% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2020 estava a 7,05%, ante 6,99% ao ajuste de quarta. E o DI para janeiro de 2023 estava em 9,20%, mesma taxa do ajuste anterior. No câmbio, o dólar à vista caía 0,42% neste horário, aos R$ 3,5369, paralelamente ao recuo do dólar futuro para junho, aos R$ 3,5475 (-0,39%).
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou em quatro das sete capitais pesquisadas na quarta quadrissemana de abril em relação à terceira leitura do mês. No geral, o IPC-S subiu de 0,32% para 0,34% entre os dois períodos. Em março, o indicador ficou em 0,17%.