Os juros futuros de curto prazo encerraram a quinta-feira, 5, com ligeiro viés de alta, após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmar indicação dada anteriormente pelo BC de que não há espaço para um corte da Selic na próxima reunião do colegiado, em junho. Houve uma redução das apostas nessa possibilidade, segundo operadores. As taxas curtas, contudo, ainda mostram chance de afrouxamento monetário a partir do segundo semestre. Já os juros de longo prazo caíram, numa reação clássica à resistência dos curtos. A volatilidade do dólar chegou a influenciar o mercado vários momentos.
Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 indicou 13,680%, ante 13,665% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2018, 12,78% (12,80% no ajuste anterior). O DI para janeiro de 2021 apontou 12,53%, na mínima, ante 12,63% no ajuste da véspera.
De acordo com um operador, a ata “enfraqueceu as apostas de queda na próxima reunião”. O economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano, concordou que a ata indica estabilidade de curto prazo. “Mas o BC não se compromete quanto ao tempo”, ponderou, acrescentando que o mercado se antecipa, precificando cortes da Selic a partir do segundo semestre, por prever uma evolução favorável do cenário de inflação.
Na ata, o Copom reiterou que “adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo CMN, em 2016, e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017”. “Nesse contexto, ressalta que o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”, continuou o texto. A projeção de inflação pelo IPCA em 2017 caiu no cenário de referência e está ao redor da meta de 4,5%, segundo o BC.