Os juros futuros de médio e longo prazos estiveram em baixa durante toda esta sexta-feira, 15, mas no fechamento dos negócios os vencimentos longos acabaram zerando a queda e terminando perto dos ajustes anteriores. As taxas curtas, por sua vez, oscilaram ao redor da estabilidade até o término da sessão regular. Numa sexta-feira de poucos destaques do noticiário, o mercado de juros foi influenciado basicamente pelo comportamento benigno do dólar, que registrou recuo durante boa parte da sessão, e pelo clima positivo no exterior. Já com a sessão regular encerrada, a moeda americana renovou mínimas ante o real, reagindo a declarações do presidente Michel Temer sobre a reforma da Previdência.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 encerrou no mesmo patamar do ajuste de ontem, a 6,94%. A taxa do DI para janeiro de 2020 fechou na mínima de 8,27%, de 8,34% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2021 caiu de 9,34% para 9,29%. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 10,26%, na máxima, ante 10,25% ontem no ajuste.
Durante a cerimônia de posse do novo ministro da Casa Civil, Carlos Marun, Temer afirmou “ser ótimo” que a votação da reforma tenha ficado para fevereiro e que, com isso, os parlamentares podem consultar suas bases e verificar que não há oposição feroz. “Digo em alto e bom som: vamos aprovar a Previdência no Congresso, não temos dúvida disso”, afirmou. Já Marun disse não ter “compromisso com qualquer tipo de flexibilização da reforma” e lembrou que as pesquisa já apontariam 37% da população favorável à reforma. Após o discurso de Temer, o dólar passou a renovar mínimas.
Nos juros, o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, afirma que o mercado “absorveu” o choque do adiamento da votação para 2018, mas continua cético sobre a possibilidade de aprovação no ano que vem. “Difícil passar, no máximo até meados de março deveria já estar aprovada no Senado”, disse.