A alta do dólar ante o real nesta terça-feira, 14, forneceu algum suporte para o ligeiro viés de alta apresentado pelos juros longos, embora as taxas tenham terminado a sessão muito próximas dos níveis de ajustes registrados na véspera, à medida que os investidores aguardavam novas notícias do cenário eleitoral antes de assumir posições.
Perto das 15h30, o depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2015 (19.405 contratos) fechou com taxa de 10,950%, ante taxa de 10,958% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2016 (98.710 contratos) marcava taxa de 11,85%, na mínima, ante 11,89% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2017 (209.400 contratos) tinha taxa de 11,76%, ante 11,77% na véspera. O DI para janeiro de 2021 (188.110 contratos) terminou com taxa de 11,23%, de 11,17% no ajuste da véspera. No câmbio, o dólar à vista fechou com alta de 0,54%, a R$ 2,4020 no balcão.
O levantamento do Vox Populi, divulgado ontem, mostrou a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) com 51% das intenções de voto, contra 49% do candidato do PSDB, Aécio Neves. A situação é de empate técnico, considerando que a margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais. Os números alimentaram as expectativas em relação à divulgação das sondagens Datafolha e Ibope, amanhã, após não terem confirmado o resultado mostrado pelo instituto Sensus divulgado no fim de semana. O levantamento apontou Aécio com mais de 17 pontos à frente de Dilma. Além das pesquisas, os investidores também aguardam um debate que será realizado pela TV Bandeirantes na noite de hoje.
O viés positivo dos juros longos, proporcionado pela alta do dólar no mercado doméstico, contrariou a queda registrada pelos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA. Na volta do feriado do Dia do Colombo, que manteve os mercados dos Treasuries fechado ontem, os yields dos bônus americanos cederam, junto com os de alguns bônus dos principais países europeus nesta terça-feira devido à busca por segurança estimulada pelos temores com o enfraquecimento da economia mundial.
As preocupações com a economia global receberam impulso hoje de dados da Alemanha e da zona do euro que reforçaram temores de uma nova recessão na Europa. O índice alemão ZEW de expectativas econômicas caiu para -3,6 em outubro, de 6,9 em setembro, o primeiro resultado negativo desde novembro de 2012. O Ministério da Economia alemão disse que cortou as projeções de crescimento da Alemanha para este e o próximo ano. Um relatório separado mostrou que a produção industrial do bloco caiu 1,9% em agosto ante igual mês do ano passado, quando a previsão era de recuo de 0,9%.
De volta ao mercado doméstico, analistas destacaram que as expectativas de inflação pioraram e devem ter uma contribuição maior na conta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano. No ano passado, expectativas ruins foram responsáveis por 10,7% do IPCA. “Este ano, dificilmente o peso das expectativas será menor que o do ano passado, elas se deterioraram demais”, observou Mauro Schneider, economista-chefe da CGD Securities.