O recuo do dólar ante o real nesta quarta-feira, 24, abriu espaço para um movimento de ajuste nas taxas de juros futuras, que terminaram em queda depois de terem subido cerca de 30 pontos recentemente, no caso das mais longas. O dólar foi pressionado pela decisão do Banco Central anunciada ontem de elevar o volume de contratos de swaps cambiais nos leilões de rolagem da instituição. A melhora do clima no exterior também limitou o desempenho da moeda no mercado local, que terminou abaixo do nível de R$ 2,40.
No término do pregão regular da BM&F Bovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2015 (202.100 contratos) fechou com taxa de 10,87%, ante 10,88% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (178.240 contratos) registrou taxa de 11,64%, de 11,75%. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2017 (368.505 pontos) terminou em 11,81%, de 11,94% na véspera. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2021 (207.010 contratos) fechou em 11,70%, de 11,85% no ajuste anterior.
As taxas futuras seguiram de perto o recuo do dólar, principalmente à tarde, e fecharam perto das mínimas da sessão, após terem operado com volatilidade durante a manhã em meio à cautela com as últimas pesquisas eleitorais.
Na primeira parte da sessão, a queda do dólar foi mais contida devido à cautela com os resultados das pesquisas eleitorais. Na sondagem Ibope/Estadão/TV Globo para o primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff (PT) apareceu com 38% das intenções de votos, com nove pontos de vantagem sobre Marina Silva (PSB), que teve 29%. Aécio Neves obteve 19%. No segundo turno, o levantamento confirmou um empate técnico entre Dilma e Marina, ambas com 41% das intenções de votos. Além desse levantamento, o Vox Populi mostrou a presidente na frente de Marina no segundo turno, com 46% contra 39% das intenções de voto. No primeiro turno, a petista lidera com 40% das intenções de voto, contra 22% da ex-senadora e 17% de Aécio.
Os dados das transações correntes de agosto, anunciados mais cedo, não tiveram impacto sobre a curva dos juros. O resultado das transações correntes seguiu negativo em agosto, ao registrar um déficit de US$ 5,489 bilhões. O saldo ficou dentro das previsões, mas ligeiramente maior que a mediana delas (negativa em US$ 5,400 bilhões). O Investimento Estrangeiro Direto (IED) somou US$ 6,840 bilhões no mês passado, ficando acima das expectativas.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou também hoje que a confiança do consumidor subiu 0,7% em setembro, após cair 4,3% em agosto e avançar 3,0% em julho, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou com queda de 0,96%, para R$ 2,3850 no balcão, depois de ter fechado ontem em R$ 2,4080, o maior patamar de fechamento desde 12 de fevereiro, quando marcou R$ 2,4230.