Os investidores do mercado de renda fixa acompanharam de perto nesta sexta-feira, 12, declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento em São Paulo. Mas foram alguns comentários do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, que acabaram levando as taxas dos contratos futuros de juros a caírem em alguns vencimentos.
Pesou o fato de Volpon ter dito que a leitura da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo mercado foi influenciada pelo IPCA de maio, conhecido um dia antes e que superou as estimativas dos analistas. Para profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, as palavras acabaram aliviando a percepção “hawkish” (dura) que o mercado teve sobre a ata. Até o meio do dia, antes de Volpon falar, os juros tinham movimento lateral, mas com viés predominante de alta, ainda na esteira do documento de ontem do Banco Central.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI para outubro de 2015 (119.850 contratos) marcava 14,000%, de 13,989% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 (166.900 contratos) apontava 14,25%, de 14,25% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (242.770 contratos) mostrava 13,88%, de 13,89% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (84.645 contratos) indicava 12,71%, ante 12,80% de ontem.
À tarde, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, descartou o retorno da CPMF. Ao ser questionado por jornalistas, ele afirmou que “não há perspectiva” de volta do imposto e que não está cogitando esse retorno. Setores do governo, no entanto, estariam articulando para a adoção do imposto para financiar a saúde. O ministro também afirmou que o momento atual é de reequilíbrio e defendeu que o País evite o downgrade pelas agências de rating, o que envolve adoção de medidas fiscais. Os comentários, no entanto, não definiram o rumo dos negócios, com investidores mais influenciados por Volpon do que por Levy.