As taxas de juros negociadas no mercado futuro subiram nesta quinta-feira, 7, pela quarta sessão consecutiva, refletindo principalmente o enfraquecimento das apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com isso, indicadores econômicos ou pronunciamentos de membros da equipe econômica acabaram por ficar em segundo plano.
Após a saída do PMDB da base governista, as articulações do governo junto a partidos pequenos trouxeram dúvidas aos investidores quanto a uma rápida troca de governo, como se imaginava. A estimativa antes do desembarque do PMDB era de que outros partidos da base aliada seguissem a legenda e abandonassem o governo, o que não aconteceu. O PP, por exemplo, confirmou nesta semana a permanência no grupo de apoio.
A última atualização do levantamento realizado pelo Grupo Estado mostra que o número de votos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff está em 271, enquanto os votos contrários subiram para 111. Neste momento, há ainda 67 indecisos e 64 não responderam. O deputado Aelton Freitas (PR-MG), que estava indeciso, se manifestou contra.
Entre os poucos indicadores econômicos, o destaque do dia foi o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que avançou 0,43% em março, após subir 0,79% em fevereiro. A taxa ficou dentro do intervalo das projeções do mercado financeiro, que estimavam um avanço de 0,32% a 0,60%, e abaixo da mediana de +0,48%, de acordo com as instituições ouvidas pelo AE Projeções.
Já o presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, reafirmou que o balanço de riscos atual para a inflação “não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”.
Com as atenções do mercado focadas no cenário político, no entanto, nem o IGP-DI nem Tombini tiveram influência significativa sobre as taxas de juros. As expectativas neste final de dia estão concentradas no discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, às 18h30 (de Brasília). Ontem, a ata da reunião do Fed mostrou diferentes pontos de vista dos diretores da instituição, mas com o consenso de que os juros daquele país não devem ser elevados no curto prazo.
Nos negócios do período regular da BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 teve taxa de 13,88%, contra 13,84% do ajuste de ontem. O vencimento de janeiro de 2018 ficou em 13,77%, contra 13,67%. O DI para janeiro de 2021 projetou 14,16%, ante 14,12% do ajuste da véspera.