Os juros futuros voltaram a fechar com queda consistente a sessão regular do segmento BM&F, ainda embalados pelas apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai acelerar o ritmo de cortes da Selic na reunião de maio, para 1,25 ponto porcentual. A terça-feira trouxe novos elementos para justificar a percepção de que há espaço para um corte mais agressivo, entre eles a sinalização do Banco Central sobre rolagem integral dos contratos de swap que vencem em junho, que deve manter o câmbio bem comportado e ajudar a inflação.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (330.180 contratos) fechou com taxa de 10,377%, de 10,400% no ajuste de ontem, e a taxa do DI janeiro de 2018 (313.175 contratos) caiu de 9,005% para 8,970%. O DI janeiro de 2019 (359.470 contratos) terminou em 8,80%, de 8,85%. O DI janeiro de 2021 (174.170 contratos) encerrou com taxa de 9,51%, de 9,60% ontem no ajuste.
Além do Itaú Unibanco, mais instituições revisaram para baixo suas projeções para a Selic em maio e ao final do ano, o que também influenciou o mercado. O Bank of America Merrill Lynch revisou sua estimativa de que a Selic fosse terminar 2017 em 9% ao ano para 7,5% e agora espera que o Banco Central vá acelerar o ritmo de corte dos juros de 100 para 125 pontos-base na reunião deste mês e no encontro de julho.
O dólar à vista, às 16h35, mantinha-se abaixo de R$ 3,10, em R$ 3,0975, reagindo principalmente ao anúncio do BC, ontem à noite, de que faria hoje leilão de 8 mil contratos de swap cambial. Se mantiver esse ritmo até o fim do mês, deve rolar integralmente o estoque que vence no primeiro dia útil do próximo mês, de 88.700 contratos (US$ 4,435 bilhões), a exemplo do que fez no mês passado.
A agenda também favoreceu o movimento de queda de taxas. O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de maio registrou deflação de 1,10%, a menor taxa da série histórica do indicador, ficando abaixo da mediana das estimativas (-1,01%) coletadas na pesquisa Projeções Broadcast. Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou saldo positivo de 59.856 vagas em abril, o primeiro resultado positivo para o mês desde 2014. Porém, os dados com ajustes sazonal, calculados por consultorias, ainda são negativos. Segundo a Icatu Vanguarda, o resultado ainda é de eliminação de vagas na ordem de 30 mil postos, mas melhor do que o de março com ajuste sazonal, que foi de fechamento de quase 70 mil vagas.