Economia

Juros longos fecham em queda com maior apetite por ativos de países emergentes

Os juros futuros de longo prazo fecharam em queda, enquanto os vencimentos curtos encerraram estáveis a sessão regular desta quinta-feira, 1º de fevereiro, que teve volume moderado de contratos movimentados. Na última hora de negociação, houve ampliação das chamadas operações de inclinação, nas quais os agentes aumentam suas posições vendidas nos vencimentos mais longos, provocando alívio maior naquelas taxas.

Tal estratégia teve como pano de fundo o aumento do apetite pelo risco visto nos mercados de moedas e principalmente, nas ações, de economias emergentes, com destaque para o Brasil.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 terminou em 6,805% (mínima), mesmo nível do ajuste de quarta-feira, e o DI para janeiro de 2020 passou de 8,00% para 8,01%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou em 8,81%, de 8,82% na quarta. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 9,47% (mínima), de 9,51%, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 9,86% para 9,79% (mínima).

O alívio das taxas longas se deu mesmo em meio ao novo avanço do rendimento dos Treasuries – a taxa da T-Note de dez anos rompeu a marca de 2,75% -, e de títulos europeus, e à dúvida sobre a aprovação da reforma da Previdência. A votação da reforma está marcada para o dia 19 e o governo ainda não tem os 308 votos necessários, mas vem reiterando que, se não conseguir votar naquela data, não votará mais este ano.

“Tem momentos em que a batalha tem que parar e achamos que é em fevereiro”, disse o ministro ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em entrevista no Palácio do Planalto.

O presidente Michel Temer já tem pronto o discurso, caso não consiga colocar em votação ou seja derrotado no plenário da Câmara. Em entrevista exclusiva ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), Temer admitiu que terá feito a sua parte e que caberá aos parlamentares se explicarem durante as eleições.

“Eu já fiz a minha parte. Já fiz minha parte nas reformas e na Previdência”, disse Temer. “Agora é preciso convencer o povo porque o Congresso sempre ecoa a vontade popular”, completou, citando que tem participado de programas populares para tentar diminuir a resistência da população em torno do tema.

Os contratos curtos também bateram as mínimas no fim da sessão regular, mas oscilaram bem menos do que os longos, travados pela perspectiva do fim do ciclo de queda da Selic, endossada nesta quinta pelo número da produção industrial de dezembro acima da mediana das estimativas. A produção subiu 2,8% ante novembro, na série com ajuste sazonal, variação perto do teto das projeções, que iam de 0,5% a 3%, com mediana de 1,85%.

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