Em um pregão mais calmo no exterior nesta sexta-feira, 17, as taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos passaram por uma correção de baixa, apagando os excessos dos últimos dias. O movimento esteve alinhado ao comportamento do dólar, que recuou ante o real após três sessões de ganhos. As taxas de curto prazo, no entanto, mostraram resistência e encerraram perto da estabilidade, com a percepção de que o Banco Central terá de ajustar o nível da Selic (a taxa básica de juros) neste ou no próximo ano, diante do atual patamar do IPCA e dos preços represados da economia.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa,a taxa do DI para janeiro de 2015 marcava 11,000%, de 10,995% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2016 indicava 12,94%, de 12,03% na véspera. O DI para janeiro de 2017 apontava 12,98%, de 12,12% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,40%, de 11,59% ontem.
Sinais de alguns dos principais bancos centrais do mundo minimizaram o clima de aversão ao risco dos últimos dias. Ontem, comentários do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, levantaram a possibilidade de o Fed estender por mais tempo as compras de bônus. Hoje, o BC da Inglaterra disse que as taxas básicas de juros no país poderiam permanecer baixas por mais tempo. Além disso, fontes afirmaram que o PBoC (o BC chinês) pode injetar até 200 bilhões de yuans (US$ 32,8 bilhões) em 20 bancos. Na Europa, Benoît Coeuré, membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), disse que a instituição continuará provendo liquidez à economia real.
No Brasil, pela manhã foi informado que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,34% na segunda leitura de outubro, acelerando-se ante a alta de 0,32% registrada na primeira prévia do mês. Já o Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) para o Brasil, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), caiu 0,4% em setembro, sendo que três dos oito componentes contribuíram positivamente para o índice no mês passado. Por sua vez, o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mede as condições econômicas atuais, avançou 0,1% em setembro, sendo que três dos seis componentes contribuíram positivamente.
Já o debate de ontem entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) não influenciou de forma decisiva as cotações. Os investidores aguardam agora nova pesquisa eleitoral do instituto Sensus, que pode sair no fim de semana, e novo debate entre os candidatos, marcado para o domingo. No câmbio, o dólar à vista negociado no balcão recuou 1,34%, aos R$ 2,4360.