Os juros futuros encerraram a sessão desta quarta-feira, 6, com viés de alta, em comportamento considerado benigno diante da forte reação da curva dos Treasuries à ata do Federal Reserve, com disparada dos rendimentos. O documento foi considerado hawkish, reforçando os riscos de aumento dos juros no curto prazo nos Estados Unidos. A queda nas cotações das commodities e o fato de as taxas locais já terem subido bastante nas últimas duas sessões ajudaram a amortecer o impacto negativo do exterior.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,76%, de 13,725% no ajuste de ontem. O janeiro 2024 subiu de 13,516% a 13,55%. O janeiro 2025 foi de 12,86% a 12,89%. E o janeiro 2027 passou de 12,815% a 12,85%.
Os negócios já eram pela manhã marcados pela falta de direção clara para as taxas, que ora iam para cima, ora para baixo. O movimento de devolução de prêmios adicionados no começo da semana esbarrou no clima de cautela no exterior que pressionou, além dos yields dos títulos do Tesouro americano, também o dólar contra moeda emergentes e principais. Aqui, a moeda subiu até a casa de R$ 5,46 nas máximas.
Após a ata do Fed, as taxas continuaram voláteis, mas oscilando já predominantemente em alta. No entanto, bem moderada diante do que se via nas taxas dos Treasuries – tanto o retorno da T-Note de dez anos quanto de 2 anos romperam novamente a marca de 2,90% e a curva destas duas referências voltou a se inverter. "As commodities em queda ajudam a mitigar a pressão de alta", explicou o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano. O petróleo estendeu as perdas de quase 10% ontem, com o barril do Brent hoje fechando na casa de US$ 100.
Na ata, dirigentes consideram uma elevação de juros de 50 ou 75 pontos-base como "apropriada" na próxima reunião. Na avaliação dos membros, o quadro econômico, com inflação bem acima da meta de 2%, exige uma "postura restrita" na política monetária.
Nesta quinta-feira, as atenções se voltam logo cedo à divulgação da ata da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que parece ter um desafio ainda maior do que o Federal Reserve no combate à inflação, dadas as condições fragilizadas de várias economias da zona do euro. Também o Tesouro Nacional realiza seus primeiros leilões de títulos prefixados do terceiro trimestre.