Os três adolescentes suspeitos da morte do médico Jaime Gold voltaram ao Fórum Regional da Leopoldina, em Olaria, na zona norte do Rio, nesta quarta-feira, 17, para a continuação da audiência sobre o caso. Desta vez, entretanto, eles não foram ouvidos: a palavra cabe às testemunhas de acusação e de defesa e aos representantes do Ministério Público.
A audiência só começou às 15h45, com duas horas e quarenta e cinco minutos de atraso por conta da greve de agentes do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Faltaram agentes para escoltar os jovens entre as salas de espera e de audiência.
Ao todo, 12 testemunhas foram arroladas para depor na audiência, presidida pela juíza Michelle Gouvêa. Entre as seis de acusação estão a delegada Patrícia Aguiar, da Delegacia de Homicídios, o frentista que presenciou o crime e quatro policiais civis da área de inteligência.
Já a defesa dos jovens convocou a delegada titular da 14ª DP, Monique Vidal, que não compareceu, o advogado Rodrigo Mondego, que defendeu por um dia o segundo adolescente apreendido, e moradores da comunidade de Manguinhos, onde morava o primeiro suspeito de 16 anos apreendido. O subsecretário de Proteção Social Especial do município do Rio, Rodrigo Abel, compareceu ao fórum para prestar depoimento, mas foi dispensado pelos advogados do primeiro adolescente apreendido.
O advogado Rodrigo Mondego afirmou ter reproduzido em depoimento suas acusações sobre a ação da polícia na apreensão do segundo jovem, de 15 anos. “Não pude entrar no carro da polícia com ele. Não era uma apreensão em flagrante”, argumenta. Ele diz que foi impedido de orientar seu então cliente ao chegar à delegacia, e que ele mencionou dois nomes diferentes ao ser confrontado com a foto do primeiro adolescente apreendido.
Os promotores Luciana Benisti e Renato Lisboa são os responsáveis pela acusação dos adolescentes e podem solicitar a realização de novas diligências em busca de mais provas contra algum deles.
Os jovens foram ouvidos pela primeira vez em audiência de apresentação no mesmo fórum no dia 8 de junho. A partir deste dia, os advogados dos três tiveram três dias para entregar à Justiça a defesa dos jovens por escrito. O processo tramita em segredo de Justiça.
Todos os suspeitos, a pedido do MP, estão sob os cuidados do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). Em depoimento na audiência do dia 8 de junho, os dois últimos adolescentes apreendidos inocentaram o primeiro, de 16 anos. Os advogados de defesa dele, Alberto Júnior e Djefferson Amadeus, impetraram um habeas corpus em favor do jovem, negado pela desembargadora Denise Vaccari, da 5ª Câmara Criminal.