Escolhido para substituir Luís Castro, que deixou o Botafogo na liderança do Brasileirão para assumir o Al Nassr, da Arábia Saudita, o português Bruno Lage foi apresentando nesta quarta-feira e falou sobre as razões de ter aceitado a proposta botafoguense após dizer não a ofertas de Corinthians e Atlético-MG. Segundo ele, as oportunidades anteriores de vir ao Brasil vieram em um momento que não era o ideal. Além disso, destacou a oportunidade de dar sequência ao "trabalho brilhante" que vinha sendo feito por Castro.
"Não foi uma rejeição ao Corinthians ou Atlético. São momentos diferentes no tempo. Tiveram muitas situações, algumas morreram rápido, outras se desenvolveram e outras ficaram próximas de concretizar", afirmou. "Um mês atrás, havia uma situação diferente na nossa vida profissional, estávamos todos convencidos de que poderia tomar um rumo diferente. Não aconteceu e, entretanto, aconteceu aquilo que, como o John (Textor) disse, um treinador que está em primeiro sai e aparece esta oportunidade. Foi apenas isso, não foi rejeitar ninguém. O Botafogo me convenceu e sentimos que se, em função do momento, seria muito interessante dar continuidade ao trabalho brilhante que vem sendo feito aqui", concluiu.
Sem clube desde que foi demitido do Wolverhampton, da Inglaterra, em outubro do ano passado, o treinador foi procurado pelo Corinthians em novembro, após Vítor Pereira comunicar que não renovaria seu contrato. O Atlético-MG, por sua vez, tentou contratá-lo após a demissão de Eduardo Coudet, em junho, mas também ouviu um não e trouxe Felipão.
Ao receber a proposta do Botafogo, Bruno Lage se animou com o projeto apresentado por John Textor, sócio majoritário da SAF botafoguense. Em seguida, assim que a saída de Luís Castro foi confirmada, Lage conversou com o compatriota para entender melhor o funcionamento e as qualidades do time que lidera o campeonato nacional.
"O Luís me transmitiu coisas sobre a equipe que guardo para mim, mas também elogiou muito os jogadores e todo staff", afirmou. "Ele me disse que há um grupo fantástico. temos um passado muito parecido. Enquanto o Luís era coordenador do Porto, eu treinava a base do benfica. Nos cruzamos várias vezes. Quando ele assumiu a equipe B do Porto e a equipe A, eu fiz o mesmo percurso", afirmou.
O treinador de 46 anos também comentou um pouco sobre as suas ideias de jogo, aplicadas no Benfica e no Wolverhampton, os dois únicos times profissionais que treinou até agora. "Gosto de ver uma equipe agressiva no ataque, e isso depende muito dos jogadores. Já senti que os jogadores do botafogo têm esse perfil. não me interessa se perdemos muito tempo tocando a bola, variando o jogo. É importante que a equipe tenha essa agressividade quando chega ao terço final", explicou.
Com o Botafogo em grande momento, na primeira colocação do Brasileirão, com 36 pontos, dez acima do vice-líder Flamengo, o português espera vencer títulos. "Um título é sempre importante para qualquer treinador, mas não temos tempo para pensar nisso. O que me dá prazer são as recepções, a forma de celebrar títulos, de se celebrar no estádio. O que me dá satisfação é a alegria das pessoas. Esse é meu foco", afirmou.