Líderes da América Latina acompanharam com preocupação a situação no Equador nesta quarta-feira e pediram que a nação sul-americana continue no caminho da democracia, após o presidente Guillermo Lasso dissolver a Assembleia Nacional e encerrar um processo de impeachment que buscava removê-lo do cargo.
Do México, o presidente Andrés Manuel López Obrador desejou que o Equador superasse a crise política e indicou que seu governo estará atento à situação. "Se novas eleições forem convocadas, todas as forças políticas participarão e não acredito que haverá violência política", acrescentou o presidente mexicano durante sua coletiva de imprensa matinal.
A decisão de Lasso de demitir a Assembleia de seu país ocorre seis meses depois que o então presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou uma dissolução fracassada do Parlamento, que, diferentemente do caso do Equador, não contou com o apoio das forças armadas ou da polícia. Ele foi sucedido pela atual presidente do Peru, Dina Boluarte, que apoiou as medidas tomadas por seu colega equatoriano.
O Chile, por sua vez, expressou através do Ministério das Relações Exteriores sua esperança de que a crise política no Equador seja resolvida por meio dos mecanismos democráticos e institucionais previstos na constituição, "com estrito cumprimento e respeito ao estado de direito".
Já os Estados Unidos disseram que os laços com a nação sul-americana continuam fortes e garantiram que respeitam a vontade dos governantes e da população do Equador.
<b>SOBRE A DECISÃO</b>
A decisão de Lasso recebeu o apoio das Forças Armadas e foi questionada pela oposição política, que, no entanto, disse que a cumpriria. O presidente equatoriano governará por até seis meses por decreto com controle da Corte Constitucional e terá que convocar eleições presidenciais e legislativas. Os vencedores dessas eleições completarão o atual mandato presidencial e legislativo que termina em maio de 2025.