O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), saiu em defesa das primeiras escolhas da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) para o ministério do seu segundo mandato. Costa defendeu em especial a escolha do economista Joaquim Levy para a Fazenda, nome que foi atacado nos bastidores por integrantes do próprio partido.
Costa disse que “todos” estão confiantes na condução de Levy da política econômica do próximo mandato da presidente, caso ele venha a ser confirmado como titular da pasta. “Dos nomes aí postos, quero ressaltar o nome de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, sobre o qual muitos têm tentado disseminar um ambiente de mal estar entre ele e o PT”, afirmou Costa, ao lembrar dos compromissos assumidos por Dilma na campanha e com os avanços dos 12 anos de gestão petista no governo federal. “Quero aqui demonstrar total apoio às primeiras escolhas, se confirmadas, da presidenta Dilma para compor o primeiro escalão do seu futuro governo e registrar que todos poderão contar com o nosso suporte aqui no Senado para implementar as medidas necessárias aos avanços no Brasil”, disse o líder do PT.
Em discurso da tribuna da Casa e em entrevista, o petista fez questão de ressaltar que Dilma é quem é a responsável por conduzir o governo em todas as áreas. “É importante ressaltar ainda que a presidenta Dilma jamais abrirá mão de ser ela, em última instância, a condutora da política do governo, razão pela qual qualquer que seja a história dos ministros que venham a ser indicados, sem dúvida nenhuma, ela tem compromisso acima de tudo com as propostas que apresentou nessa campanha e com o projeto que teve início com o presidente Lula em 2002.”
A expectativa é que os nomes sejam confirmados até a próxima quinta-feira, 27, após a aprovação pelo Congresso do projeto de lei que altera a meta de superávit primário de 2014. O governo quer que todos os ministros – em especial os da área econômica – assumam as gestões sem passivos do atual mandato.
Humberto Costa disse ter feito uma defesa dos ministros para tentar conter a “fritura” dos ministros. “Quero fazer parte daqueles que querem colocar água na fervura”, disse. Para ele, os nomes são “muito bons” e têm “extrema competência”, “desenvoltura” e “larga intimidade” para as pastas que estão sendo considerados.
O líder do PT elogiou nominalmente o senador Armando Monteiro (PTB-PE), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) e o economista Nelson Barbosa, que devem assumir, respectivamente, as pastas do Desenvolvimento (MDIC), Agricultura e Planejamento.
Humberto Costa usou o exemplo do ex-vice-presidente José Alencar (1931-2011) como um paralelo às resistências de hoje do PT a Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e outrora forte adversária do partido. “Já tivemos outras situações em que o partido se queixava e, ao final, terminou satisfeito”, afirmou, ao lembrar que Alencar, quando escolhido para ser colega de chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, foi criticado duramente dentro do PT. Costa disse ainda que posições anteriores, como as adotadas por Kátia Abreu, que, à época filiada ao DEM, votou a favor do fim da CPMF, não é o único fator que se leva em conta na montagem de um ministério.