Em reação às críticas do governo Temer e de economistas do próprio partido, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP), afirmou que é falsa a informação de que o partido exige concessões do governo para votar a proposta de reforma da Previdência. Em nota oficial, Tripoli avaliou que não há fato novo nas sugestões apresentadas para melhorar o texto.
Segundo ele, os pontos destacados pela imprensa de sugestões de alterações na proposta foram entregues pela bancada ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao relator da PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), ainda no mês de abril, antes que o episódio JBS paralisasse a agenda legislativa e prejudicasse o andamento da reforma.
O líder do PSDB fez questão de ressaltar que é notório que as dificuldades do governo para consolidar apoio à proposta foram agravadas pelas denúncias da Procuradoria Geral da República, com a progressiva falta de coesão na base. “Não é papel da bancada do PSDB mobilizar os aliados do governo”, alfinetou o líder tucano, destacando ainda que os 46 votos do PSDB seriam ainda insuficientes para suprir o déficit de apoio no plenário.
Na nota, Tripoli ressaltou que o PSDB não se guia pela impopularidade dos temas ou pela proximidade do calendário eleitoral. “A votação de medidas importantes como a PEC do Teto de Gastos, a Lei das Estatais, a Terceirização, a Reforma Trabalhista, o Marco Regulatório do Petróleo, entre tantas outras, aprovadas com sólido apoio do PSDB, confirmam nosso compromisso com a agenda de reformas e nossa opção pela responsabilidade”, afirmou o líder na nota.
Pela manhã, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que não há apoio no governo para encampar os pedidos de mudanças feitos pelo PSDB. “A posição do governo neste momento é que não há apoio a novas alterações”, afirmou Padilha. Economistas renomados ligados ao partido também criticaram a falta de apoio do PSDB à reforma da Previdência.