Após um mês e meio funcionando apenas para público e credenciados dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio, a Linha 4 do metrô carioca abrirá ao público nesta segunda-feira, 19. Envolvida em polêmicas há mais de 20 anos, desde as primeiras licitações e projetos, a nova linha do metrô funcionará inicialmente de segunda a sexta e em horário reduzido. A extensão do metrô entre a zona sul e a zona oeste do Rio se tornou a obra mais cara ligada aos eventos – cerca de R$ 10,4 bilhões, quase o dobro do orçado inicialmente, R$ 5,4 bilhões.
Nos primeiros dias, as seis estações da nova linha (General Osório, Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São Conrado/Rocinha e Jardim Oceânico) estarão abertas das 6h às 21h, somente em dias úteis. De acordo com o governo do Rio, “a operação terá dias e horários estendidos de forma gradual”. O início da operação será acompanhado pelo secretário estadual de transportes, Rodrigo Vieira.
A previsão é que somente em novembro e dezembro a linha esteja operando plenamente, das 5h à 0h, durante a semana e também nos fins de semana. O governo estima que, com a operação completa, a nova linha possa transportar até 300 mil pessoas por dia. O fluxo permitiria retirar das ruas, diariamente, até 2 mil veículos, que circulam entre a Barra da Tijuca e bairros como Leblon e Ipanema, na zona sul do Rio. O novo percurso do metrô dura cerca de 15 minutos.
Uma sétima estação, na Gávea, prevista no projeto original, foi adiada em meio aos constantes atrasos durante a construção da linha. A previsão é que ela seja concluída somente em 2018, mediante aporte de mais R$ 500 milhões no projeto. Com isso, o custo total da extensão chegará perto dos R$ 11 bilhões.
O estouro no orçamento do projeto e os atrasos na realização da obra preocuparam a organização dos Jogos Olímpicos no Rio. Único projeto sob responsabilidade do governo estadual, a extensão esteve ameaçada em diversos momentos pela grave crise financeira do governo estadual. Após uma série de atrasos, a operação só foi iniciada na semana anterior à abertura da Olimpíada, no mês de julho.
O projeto existia desde a década de 1980, quando foi finalizada a construção da linha 2 do metrô. A construção só saiu do papel após a confirmação do Rio como sede da Olimpíada, em 2010. Desde então, o projeto original, que iria somente até a Gávea, foi refeito para chegar à zona oeste. A mudança afetou o traçado original da rede proposta para o metrô na cidade, e favoreceu o adiamento da conclusão da estação Gávea.
Atualmente, o Rio conta com uma malha de 57 km de extensão, em três linhas. Além da nova linha 4, entre a Barra da Tijuca e Ipanema, a rede é composta pela Linha 1 conecta a Tijuca, na zona norte, a Ipanema, na zona Sul. A linha 2 faz o trajeto entre Botafogo, na zona sul, e Pavuna, na zona norte. A Linha 3 foi concebida para ligar o Rio à Niterói, na região metropolitana, mas o projeto foi suspenso.