Lira cobra Pazuello por soluções, mas nega pressão para saída do ministro

Candidato à presidência da Câmara e líder do Centrão, o deputado Arthur Lira (PP-AL) cobrou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra covid-19. O parlamentar negou, porém, pressão para troca do titular da pasta. Nos bastidores, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer, é apontado como uma opção para a vaga.

"Vamos deixar claro toda hora que se quer atirar uma pedra, tem uma vidraça e quem atira a pedra é o Centrão, não é isso? Ninguém está tratando desse assunto, nós estamos tratando de assunto de pandemia e tem que ser uma coisa de muito respeito e preocupação de todos os parlamentares", afirmou Lira em entrevista coletiva de imprensa nesta manhã. Nesta segunda-feira, 18, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição de doses da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

"Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui, tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos e nem vacinas para o Brasil, tem de tratar junto do Ministério de Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. Essas pontuações, a gente faz porque é nossa obrigação fazer. A população, ela acredita no seu parlamentar para solucionar", disse Lira.

O deputado disse ainda que nenhum ministro está imune a críticas. "Agora, não ouvi de nenhum membro nem de nossa comitiva ou dos partidos, uma especulação sobre queda ou ascensão de qualquer ministro ou de tratativa para troca de ministro, principalmente, em um período crítico como esse", disse.

O candidato do Progressistas defendeu o Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que, na Câmara, um grupo de estudos poderá fazer uma avaliação crítica do sistema. "É muito importante o respeito ao SUS no Brasil", disse.

Lira afirmou que o Ministério da Saúde precisa resolver questões burocráticas para evitar falta de vacina no País. Por outro lado, criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por "passar na frente de todos os governadores e prefeitos" ao iniciar a vacinação no Estado. "Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa, deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de país", disse Lira. "Não devemos nesse momento fazer a politização da vacina", disse. "Não defendo radicalismos e nem posições abruptas de ninguém".

Lira evitou comentar sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacina. "Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independente de ideologia ou de pensamentos", reforçou Lira.

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