Chegar a Guarujá, destino conhecido por suas 27 praias e atrações turísticas no litoral sul de São Paulo, está prestes a ficar mais fácil. A cidade, que há anos sofre com o trânsito intenso nas rodovias de acesso, está construindo um aeroporto civil à beira-mar, com previsão de receber voos comerciais a partir do primeiro semestre de 2026.
O projeto do Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá é da prefeitura, mas as obras estão sendo custeadas pelo governo federal, com investimento total de R$ 26,8 milhões. A primeira fase foi entregue no último dia 14 e inclui uma nova pista de pousos e decolagens com 1.390 metros de comprimento por 45 de largura — maior que a do tradicional Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A estrutura a torna a maior pista do litoral paulista, superando inclusive a do aeroporto de Itanhaém (1.350 m por 30 m) e a de Ubatuba (940 m por 30 m).
O novo terminal está sendo implantado em área da antiga Base Aérea de Santos, no distrito de Vicente de Carvalho. Construída nos anos 1960, a base da Força Aérea Brasileira (FAB) continua ativa e irá coexistir com o aeroporto civil. A área foi cedida pela FAB, e a concessão para o uso civil foi oficializada em 2015.
Além da nova pista, a primeira etapa contou com melhorias nas pistas de táxi A, B e C, além de faixas adicionais e sistema de drenagem. Durante a inauguração, o prefeito Farid Madi (Podemos) ressaltou a importância do empreendimento. “O nosso aeroporto será um divisor de águas para o desenvolvimento de toda a região. Somando com o advento do túnel imerso Santos-Guarujá, mais o retroporto, vamos criar condições bastante propícias para Guarujá alcançar desenvolvimento social de forma sustentável.”
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também participou do evento. “O Aeroporto de Guarujá vai trazer para a Baixada Santista aviões de todo o Brasil, mas teremos também o túnel e a dragagem do porto, que são obras de forte impacto regional e nacional”, afirmou.
A segunda fase do projeto, já em andamento, prevê a construção do terminal de passageiros, que será modular e ocupará uma área total de 495 metros quadrados, com 286 m² de área útil. O governo federal liberou mais R$ 2,7 milhões para essa etapa.
Inicialmente, o aeroporto vai operar com aeronaves da categoria 2B, como os modelos Grand Caravan, Super King Air 350 e ATR 42-600, com capacidade para até 50 passageiros por voo. A expectativa é de atrair passageiros da Região Metropolitana de São Paulo, do interior do estado e de outros pontos do Brasil, que hoje precisam pousar em Guarulhos ou Congonhas e seguir viagem por terra até o litoral.
Para viabilizar o funcionamento do terminal, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda analisará o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo. Paralelamente, a prefeitura está investindo na melhoria das vias de acesso ao aeroporto. A Avenida Áurea Gonzalez, que liga a Rodovia Cônego Domênico Rangoni à Avenida Icaraí, está com 70% das obras concluídas, com investimento de R$ 8,1 milhões. Já a Avenida Presidente Vargas e a Rua São Paulo, que também passarão a receber maior fluxo de veículos, estão com um terço das obras finalizadas. Nesses trechos, o investimento é de R$ 19,1 milhões, parte proveniente da Secretaria Estadual de Turismo.
As intervenções incluem alargamento de pistas, demolições, construção de novas calçadas e ciclovias, além de serviços de drenagem e pavimentação.
