O aguardado livro de Michael Cohen, ex-advogado de Donald Trump, foi lançado ontem e já ocupa o topo da lista de mais vendidos nos EUA. Em Disloyal: a Memoir ("Desleal: Memórias", em tradução livre), ele diz que o presidente se comporta como um mafioso e tem "uma opinião desfavorável sobre todos os negros". O livro foi escrito por Cohen durante o tempo que ele passou na prisão, por crimes financeiros cometidos durante a campanha de 2016.
No livro, Cohen afirma que Trump fez comentários racistas sobre Nelson Mandela. "Diga-me um país dirigido por um negro que não seja um buraco de merda." O trecho provocou uma reação da Fundação Nelson Mandela. "Líderes que se comportam como Trump não estão em posição de fazer comentários autorizados sobre a vida e o trabalho de Madiba (Mandela)."
A Casa Branca afirma que o ex-advogado de Trump está mentindo. "Cohen é um criminoso sem credibilidade e um advogado impedido de exercer a profissão, que mentiu para o Congresso", disse a porta-voz do governo, Kayleigh McEnany.
Cohen era uma espécie de "faz-tudo" do presidente. Em 2018, ele foi preso por evasão fiscal, falso testemunho e violações de regras de financiamento de campanhas. Às vésperas da eleição de 2016, ele pagou US$ 130 mil (R$ 697 mil) para que atriz pornô Stormy Daniels não revelasse um caso extraconjugal que teve com Trump dez anos antes.
Cohen garante que agiu sempre sob as ordens do presidente, o que Trump sempre negou. "Nunca vale a pena acertar (com dinheiro) essas coisas, mas muitos amigos me aconselharam a pagar", Trump teria dito a Cohen, segundo o livro. "Se isso for revelado, eu não tenho certeza como meus apoiadores reagiriam. Mas aposto que eles achariam que é legal eu ter dormido com uma atriz pornô." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>