A atriz paulistana Luanna Jimenes, de 32 anos, consolidou sua carreira no teatro e na dança, nos últimos 10 anos. Somente o ano passado, ela estreou na TV ao interpretar a personagem Tifany no seriado cômico Macho Man, da Rede Globo. A partir daí, ela própria diz que "se sente mais madura", mas concorda que "assistir canal aberto, dependendo do horário, é impossível" devido a mesmice da programação.
Luzinha, como é chamada pela mãe, ou Lua, pelos amigos, adora salada de rúcula com manga e tomate cereja, e torta de escarola. Disse nesta entrevista que adora ler – "às vezes quando estou lendo nem atendo o telefone. Adoro me fazer de surda e penetrar na literatura!", e sobre São Paulo afirmou que "cidade não é agradável para se deslocar"
– Você estreou na televisão ano passado, aos 31 anos, ao interpretar "Tifany", no seriado cômico Macho Man, da Rede Globo. Considera que foi uma estreia tardia?
LUANNA – Pode ser considerada tardia dependendo do que se pretende. Eu não considero tardia, me dedico às artes cênicas desde a infância com a dança e a partir da adolescência, no teatro; tive uma formação acadêmica e várias experiências diferentes.
– O que te levou à tevê após mais de 10 anos de história consolidada no teatro e na dança?
LUANNA – Fui pra televisão sem planejar, por uma oportunidade inesperada e me motivei pelo desafio e também por conhecer outro ambiente e linguagem de trabalho do ator. Eu adorei a experiência e fiquei com vontade de mais experiências na televisão.
– O que o trabalho no seriado Macho Man trouxe de positivo para sua carreira?
LUANNA – O trabalho no seriado foi importante porque eu tive a chance de conhecer um pouco o mecanismo da televisão que me era desconhecido e me obrigou trabalhar sob outras condições de tempo, me colocou no desconforto. Me sinto mais madura com certeza.
– Ele trouxe algum ponto negativo e já superado?
LUANNA – Fico criticando o resultado, claro. Porque no teatro o ator erra muito para descobrir como será acertar, já na TV não existe esse tempo, o acerto tem que acontecer de imediato! Isso me desestabilizou, tive que ter sangue frio e continuar.
– É o seu primeiro trabalho na área da comédia? Pretende investir neste lado cômico?
LUANNA – Não foi minha primeira experiência na comédia, comecei no teatro fazendo comédia e só na faculdade fui obrigada a lidar com outros gêneros. Mas adoro comédia, e respeito muito a alegria. Quero fazer mais comédias com certeza.
– Recentemente, Boni, considerado um dos grandes magos da televisão brasileira, revelou que o que o faz desligar a TV "é a mesmice". Você concorda com ele?
LUANNA – Sou obrigada a concordar. Assistir canal aberto, dependendo do horário, é impossível. Mas entendo que seja assim, porque arriscar na televisão não é fácil e exige muito investimento. Fazer programa na televisão, mesmice ou não, é uma loucura pela quantidade de trabalho e dinheiro.
– Atualmente você está na segunda temporada de Duas Histéricas, do GNT, em que viaja pelos lugares mais inusitados do Canadá com a escritora Fernanda Young. O que você tem aprendido nessas viagens ao lado de Fernanda?
LUANNA – A Fernanda é cheia de energia, gosta de compartilhar pensamentos e informações – estar ao lado dela é um aprendizado. Viajar com a Fernanda para gravar o programa não foi uma viagem qualquer, claro, tinha a responsabilidade do trabalho mas, ao mesmo tempo, a Fernanda tem uma característica que me interessou muito, que é um estado criativo, que significa respeitar a criação e o artista acima de tudo e estar com a presença e os sentido atentos pra daí acontecer a viagem e a gravação, estar intuitiva. Isso exclui qualquer tipo de rigor formal de trabalho, regras ou chatices. Aliás ela abomina a chatice. Isso me fez livre também, era isso que ela queria de mim, minha liberdade e não minha obediência. Esse foi o maior presente da viagem.
– O que te deixa histérica?
LUANNA – Frutas frescas! Também adrenalina tipo tirolesa ou situações mais radicais. Fico verdadeiramente histérica só com a ideia de saltar de pára-quedas, ainda vou saltar e chegar no limite da histeria. (Procuro a histeria positiva nada de ataques de raiva!)
– Quando foi sua última crise de histeria?
LUANNA – Foi fazendo meu último trabalho de 2011, a performance No Jardim e Ondina, uma performance de dança e teatro que me deixou bem feliz e tive ataques de alegria.
– Em algumas entrevistas você revelou ter uma forte consciência ecológica. Qual sua opinião sobre a proibição das sacolinhas plásticas nos supermercados paulistas?
LUANNA – Ouvi comentário que essa medida foi tomada por interesse econômico dos supermercados de não gastar dinheiro produzindo sacolinhas. Independente do que levou a essa proibição, penso que do ponto de vista dos recursos e do meio ambiente é uma medida positiva, certamente é menos material poluente, tanto para produzir as sacolinhas quanto pelo resíduo em si. Mas tem muito o que fazer; a coleta seletiva, a separação e reciclagem precisam acontecer de maneira efetiva e com urgência, além de isso significar a preservação da qualidade da terra, do ar e da água. A qualidade de vida em São Paulo, por exemplo, não é boa. A cidade não é agradável para se deslocar e o custo de vida é altíssimo, então a que nos leva produção e o consumo sem medidas? Não tem sentido essa maneira de viver que chegamos.