Política

Lucas Sanches vai torrar R$ 20 milhões a mais com cargos para facilitar apadrinhamento político

O prefeito Lucas Sanches (PL) enviou à Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 577, que cria 46 novas estruturas administrativas em diversas secretarias da Prefeitura de Guarulhos, que custarão mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos até o final de 2028

De acordo com o texto do PL, são criados novos cargos e unidades como subsecretarias, diretorias, divisões técnicas, seções e supervisões. O impacto financeiro previsto supera os R$ 20 milhões até o final de 2028. Serão R$ 6.735.841,69 a mais por ano.  Somados, eles totalizam 46 novas estruturas, distribuídas da seguinte forma:

• Casa Civil – 9 novas unidades
• Ciência, Tecnologia e Inovação – 7
• Cultura e Turismo – 4
• Educação – 5
• Gestão – 7
• Infraestrutura – 4
• Mobilidade Urbana – 1
• Saúde – 2
• Verde, Clima e Sustentabilidade – 4
• Controladoria-Geral do Município – 3

As estruturas criadas incluem subsecretarias, diretorias, divisões técnicas, seções técnicas ou administrativas, supervisões de setor e gerências.

Segundo a análise técnica anexada ao próprio projeto, há uma contradição entre a proposta e o discurso adotado pelo atual governo. O prefeito, que integra o Partido Liberal (PL) e se posiciona no campo da direita, tem reiterado preocupações com o endividamento da Prefeitura e a necessidade de austeridade.

Mesmo assim, o documento aponta que novamente se opta por ampliar a estrutura administrativa, e não reduzi-la.

Gastos a mais previstos por ano:

Valor em 2026: R$ 6.735.841,69
Valor em 2027: R$ 6.735.841,69
Valor em 2028: R$ 6.735.841,69
TOTAL DO TRIENIO 2026 a 2028: R$ 20.207.525,07

Outro projeto amplia estrutura: criação de agência reguladora

Em paralelo, tramita também o PL nº 575, que cria a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Guarulhos. O texto estabelece quadro funcional próprio, mas, assim como o PL 577, não apresenta justificativa de custo e é criticado por criar novos cargos comissionados.

O GWEB apurou que somente com folha de pagamento a Prefeitura irá gastar quase R$ 4 milhões a mais por ano, sem os demais encargos como cestas básicas, vales alimentação ou refeição, entre outros benefícios sociais.

Próximos passos

Os projetos devem passar pelas comissões permanentes da Câmara e, depois, seguir para votação em plenário. Sem o impacto financeiro anexado, a análise técnica tende a ser questionada pelos vereadores da oposição.