Estadão

Lula avisa que só terá um palanque no Rio

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta segunda-feira, 28, que no Rio deve apoiar apenas uma provável candidatura a governador, a do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), apesar de ressaltar a importância da união dos partidos de esquerda nas eleições deste ano. O pré-candidato do PDT ao governo, Rodrigo Neves, tem acenado ao ex-presidente em busca de apoio do eleitorado petista, embora o PDT tenha Ciro Gomes como presidenciável.

Lula também reforçou o apoio à pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa fluminense, André Ceciliano (PT), ao Senado. O deputado federal Alessandro Molon (PSB) se lançou à mesma vaga, mas a coligação deve confirmar Ceciliano.

Na reunião fechada de três horas com cerca de 80 pessoas, Lula voltou a pedir que os integrantes da legenda foquem seus esforços em eleger representantes para o Congresso Nacional. O partido espera eleger sete deputados federais e sete estaduais no Estado. O petista recebeu a cúpula da legenda no estado, deputados e pré-candidatos em um hotel em Copacabana, na zona sul da cidade.

"Vamos ter uma reunião com o PSB na semana que vem para acertar alguns Estados. Temos conversas aqui, em São Paulo, no Espírito Santo. Espero que a gente chegue a um bom termo e mantenha o acordo que fizemos˜, disse Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido.

<b>PT de Lula quer nacionalizar debate político no Rio</b>

O encontro contou com a participação do ex-senador Lindbergh Farias, do presidente estadual da legenda, deputado João Maurício, os deputados Reymont e Benedita da Silva e pré-candidatos à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

"O PT vai nacionalizar o debate. Vamos comparar Lula e Bolsonaro. O que Bolsonaro fez na Baixada Fluminense? Nada. Vamos mostrar que Freixo não é marcado pelo identitarismo˜, afirmou o presidente estadual da legenda João Maurício.

No domingo, 27, Lula almoçou com Benedita, que passou recentemente por uma cirurgia. Estavam presentes no encontro o ator Antonio Pitanga, marido de Benedita, a atriz Camila Pitanga, sua enteada, o cantor Chico Buarque e a advogada Carol Pronner. Também compareceram lideranças políticas, como Ceciliano e Gleisi Hoffmann.

O ex-presidente aproveitou a reunião para conversar com Benedita sobre o eleitorado evangélico fluminense, base do bolsonarismo no Estado. A deputada é coordenadora nacional do Núcleo dos Evangélicos do PT (Nept). Trabalha para fortalecer e criar núcleos estaduais de interlocução com os religiosos. Até o momento, o partido tem grupos estabelecidos em 21 estados.

No sábado, 26, durante ato em comemoração ao centenário do PCdoB em Niterói, Lula voltou a criticar a política de preços da Petrobras e afirmou que a empresa "voltará a ser do povo brasileiro". Ele disse que pretende "abrasileirar" o preço dos combustíveis, diesel e gás de cozinha.

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