O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista à BBC Brasil, a democratização dos meios de comunicação e uma reforma política que permita o financiamento público das campanhas eleitorais e não mais o realizado por empresas.
Lula ressaltou ainda o aumento da liberdade de expressão no País e a queda da desigualdade social como conquistas deste período. “Eu acho que o maior avanço do País nesses 30 anos foi a conquista, consolidação e aprofundamento da democracia”, afirmou Lula.
De acordo com ele, só com democracia, organização e pressão do povo, foi possível reduzir a pobreza, diminuir a desigualdade e tirar o Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Lula afirmou também que é preciso um “salto de qualidade” na democracia e na transparência com a reforma política. “Para isso, o meu partido, o Partido dos Trabalhadores, propõe, por exemplo, financiamento público de campanha”, disse.
O ex-presidente criticou ainda a falta de avanço na democratização dos meios de comunicação de massa. “São seis famílias que detêm quase o total do mercado dos meios de comunicação. Isso ainda precisa avançar muito”, disse.
O ex-presidente foi um dos personagens brasileiros de diferentes setores convidados pela BBC para opinar sobre os maiores e menores avanços após a ditadura. Os demais entrevistados foram a urbanista Raquel Rolnik, o cientista político José Álvaro Moisés, o coordenador do Observatório de Favelas, Jailson de Souza, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e a diretora da Casa das Garças e ex-economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), Monica de Bolle.