O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que não é possível desvincular da política de valorização do salário mínimo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as pensões. "Não é (possível), porque não considero isso gasto, gente", respondeu, ao ser questionado em entrevista ao portal <i>UOL</i>. "A palavra salário mínimo é o mínimo que a pessoa precisa para sobreviver."
Lula prosseguiu: "Se eu acho que vou resolver o problema da economia brasileira apertando o mínimo do mínimo, eu estou desgraçado, cara. Eu não vou para o céu. Eu ficaria no purgatório."
O presidente afirmou que não quer que empresários tenham prejuízos, mas criticou a "Faria Lima" e defendeu "repartir o pão de cada dia em igualdade de condições".
"O mercado está sempre trabalhando para não dar certo, torcendo para as coisas serem piores", afirmou Lula. "As pessoas da Faria Lima pensam no lucro, e o Brasil precisa ter alguém que pensa no povo."
Lula também citou o fundador da Ford, Henry Ford, como exemplo de empresário. "Eu quero que o empresário tenha lucro, mas quero que ele tenha a cabeça como teve o Henry Ford, quando disse: eu quero que meus trabalhadores ganhem bem para eles poderem comprar os produtos que eles fabricam", disse.
Questionado sobre a possibilidade de cortar gastos e quais, Lula disse que o governo ainda analisa se eles serão necessários.
O presidente também citou o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, como "altamente preparado", mas evitou dizer que indicará o economista para a presidência da instituição.