O cartunista Paulo Caruso, 73, conhecido por sua participação no programa <i>Roda Viva</i>, da TV Cultura, e pela colaboração com diversos jornais e revistas, morreu na manhã deste sábado, 4, em São Paulo. Irmão do também desenhista Chico Caruso, Paulo estava internado para tratar das complicações de um câncer no intestino, mas não resistiu.
Nas redes sociais, personalidades da televisão, jornalistas e artistas lamentaram a perda do ilustrador, que marcou gerações da imprensa com suas caricaturas de personagens do noticiário político e cultural.
"Cartunista, caricaturista e chargista, Caruso esteve no <i>Roda Viva</i> desde 1987, emprestando seu talento às milhares de entrevistas no programa da TV Cultura. Com suas caricaturas e charges, ele faz parte da história política e social do Brasil", destacou em nota a Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura, onde o <i>Roda Viva</i> é veiculado.
Em publicação nas redes sociais, a apresentadora do <i>Roda Viva</i>, Vera Magalhães, lamentou a morte de Caruso e prestou apoio aos familiares.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou a morte de Caruso e destacou que o "traço veloz e humor do cartunista já são parte da memória nacional", em publicação nas redes sociais.
"Paulo Caruso foi um grande desenhista e cronista político, com uma criatividade inesgotável, retratou com talento e consciência o dia a dia que constrói nossa história recente", disse Lula.
Nas redes sociais, a cartunista Laerte Coutinho também expressou que lamenta a perda de Caruso. "Grande herói do quadrinho brasileiro. Beijo, Paulo", publicou ela.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) citou em publicação que a arte de Caruso será imortal e continuará ajudando a contar a história do Brasil contemporâneo.
A jornalista e apresentadora Daniela Lima também se emocionou ao falar da perda do cartunista na manhã deste sábado. "Ele me acolheu no Roda Viva com amor e orgulho de pai a cada programa entregue", disse ela.
A Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) lamentou a morte do cartunista. "Caricaturista, chargista e músico, Caruso era um homem das artes e nos brindava com seu talento ímpar", publicou.
Paulo José de Hespanha Caruso nasceu em São Paulo em 6 de dezembro de 1949. Cursou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), mas nunca exerceu a profissão. A cena dos artistas, que se juntavam às noites no bar Riviera, na Consolação, o atraiu. Bem como a imprensa, começou no extinto <i>Diário Popular</i> a publicação de charges. Publicou também em veículos lendários da imprensa alternativa, como <i>O Pasquim</i>, <i>Movimento</i>, entre outros.
Caruso recebeu vários prêmios, como o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994. Por sua habilidade para a sátira e para a caricatura, aliada à numerosa produção, sua obra é das mais conhecidas do Brasil.