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Maior repetência de alunos deixa capital estagnada

A reforma educacional feita pela gestão Fernando Haddad (PT) – que incluiu a revisão do currículo e aumento das possibilidades de repetência – não conseguiu elevar o Ideb nos anos finais do ensino fundamental na capital paulista. A nota nessa etapa foi de 4,3 – 0,1 a menos do que em 2013 e a mesma do que em 2011.

Já nos anos iniciais do ensino fundamental, houve melhora expressiva. A nota subiu de 4,8 em 2011 (último ano com dados disponíveis para essa etapa no Município) para 5,8. A tendência de melhora mais acentuada na fase 1 do fundamental também é observada pelo País.

Apesar da melhora nos anos iniciais, não é possível comparar a nota da rede municipal com 2013, como em outras redes. Naquele ano, o então secretário da Educação da capital, Cesar Callegari, fez um alerta ao governo federal, afirmando que, como a cidade ainda não tinha se adaptado ao ensino fundamental de 9 anos, era possível que a nota fosse “distorcida” por um grupo de alunos que “pulou” o primeiro ano ou eram repetentes, o que diminuiria o desempenho. A nota, portanto, não foi divulgada naquele ano.

Já nos anos finais a redução na nota tem relação direta com a maior repetência dos alunos. Trata-se da segunda variável do Ideb: a primeira é a nota dos alunos na Prova Brasil. É ao se verificar a lista de reprovação que a rede paulistana viu piora: o indicador de rendimento dos alunos era de 0,94 em 2013 e caiu para 0,88 em 2015. Isso ocorreu porque, em 2013, o governo municipal aumentou o número de séries em que é possível reprovar um aluno, passando para cinco (3.º, 6.º, 7.º, 8.º e 9.º).

Já as notas melhoraram: em Matemática, houve avanço de 241,19 para 248,54; em Língua Portuguesa, o aumento foi de 238,6 para 246,84.

A superintendente do Centro de Estudos e pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, criticou a mudança na rede municipal. “Acho um equívoco repetir. O principal é garantir a aprendizagem. De nada adianta o aluno voltar à mesma série, se não houver uma política de progressão continuada que possa garantir a aprendizagem. É preciso que esses alunos tenham apoio pedagógico.”

Futuro
A secretária municipal de Educação, Nádia Campeão, afirma que o fim da aprovação automática não foi um erro. “O aluno da rede aprende um pouco mais e melhor, apesar de alguns retidos.” Os bons resultados do ensino fundamental 1, para ela, devem melhorar a nota do ensino fundamental 2 em 2017 e 2019. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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