A maioria das bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, acompanhando o mau humor em Nova York e de olho na perspectiva para a economia da zona do euro, em meio à deterioração da perspectiva de crescimento por conta da forte inflação, que obriga o Banco Central Europeu (BCE) a apertar sua política monetária em ritmo acelerado.
Por volta de 12h50 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 operava em queda de 0,66%, a 414,78 pontos. Um dos índices locais que destoaram do movimento geral, o londrino FTSE 100 fechou em alta de 0,07%, a 7.282,07 pontos.
Em comentários mais cedo, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, afirmou que a zona do euro enfrentará um cenário "desafiador e de incerteza elevada" nos próximos meses. Ele ainda destacou que a inflação está inaceitavelmente alta e projetou desaceleração significativa do crescimento econômico.
Já o chefe do BC irlandês e também dirigente do BCE, Gabriel Maklhouf, classificou como "absolutamente necessário" o aperto monetário na zona do euro, enquanto o presidente do BC de Portugal, Mario Centeno, defendeu aumentos mais contidos dos juros.
A piora do cenário na Europa se deve, principalmente, aos problemas no suprimento de energia, após a Rússia reduzir drasticamente suas entregas de gás natural ao continente. O vice-CEO da estatal russa Gazprom, Oleg Aksyutin, disse nesta quinta que a Europa não tem uma alternativa para o gás natural do país.
"A crise do gás na Europa terá efeitos globais profundos e duradouros", avalia o Barclays. O banco britânico projeta crescimento mais fraco e inflação mais alta na zona do euro por um período extenso.
Entre outros mercados europeus, a bolsa de Frankfurt fechou em queda de 0,55%, a 12.956,66 pontos, Paris cedeu 1,04%, a 6.157,84 pontos, e Milão recuou 0,21%, a 22.365,82 pontos.
Nas praças ibéricas, Madri fechou com ganhos de 0,37%, a 8.085,50 pontos, e Lisboa baixou 1,01%, para 5.914,16 pontos.